13 de novembro de 2009

(Insira um título alarmista aqui)

Hoje de manhã, em sua participação no jornal da Rádio Eldorado, Alexandre Garcia considerou um absurdo ficarmos à mercê da natureza. Uma tempestade, e o Brasil fica no escuro.

Alexandre Garcia é um cara que eu até respeito. Ouço com frequência no rádio e acho suas colocações em geral bem sensatas.

Mas HELLO? Ele realmente acredita que é possível não estar à mercê da natureza? Nós conseguimos controlá-la em termos: construímos casas pra não nos molhar, tomamos vacinas para não adoecer, temos desfibriladores para não morrer. Mas a natureza é muito mais forte. Ela pode derrubar nossas casas, causar mutações nos vírus, desligar nosso disjuntor. E ela pode nos deixar no escuro se ela quiser.

Ou ela pode simplesmente se implodir, quando ficar de saco cheio dessas pulgas andando por cima dela.

O que me leva ao filme que vi ontem, 2012. Muito bacana. E mostra exatamente isso: por mais que a gente tente, a natureza pode dar um jeito de nos mostrar o dedo do meio.

Claro que é um filme, que é um exagero, que os neutrinos não vão causar reações no núcleo do nosso planeta. Acho.

E falar do filme me leva novamente à Rádio Eldorado, hoje de manhã. Luiz Carlos Merten falava exatamente sobre o filme, que tem um presidente americano negro (Danny Glover).

Barack Obama daqui a 3 anos

Em entrevista ao Merten, o diretor Roland Emmerich disse que não era uma referência ao Obama. Era mera coincidência.

Meu pau.

A chanceler alemã é uma velhinha.

 De prefeita de Everwood a chanceler da Alemanha. Isso é que é plano de carreira, hein?

E o governador da Califórnia, que aparece só pela TV, é um ex-ator de filmes de ação que virou político, com sotaque enrolado.

12 de novembro de 2009

Coisas que aprendi hoje

1. O ser humano pode revelar seu lado mais animal quando você mexe na sua comida

Aproveitei que queria me desligar um pouco do mundo real e fui ao cinema no shopping Villa Lobos. Quem conhece o Villa Lobos sabe que é um shopping decente, bonito e bem frequentado, certo?

ERRADO!

Quando o Villa Lobos foi inaugurado, a campanha publicitária mostrava como os seus clientes eram diferenciados. Em um dos filmes, dois carros disputavam campeonato de gentileza na hora de oferecer a vaga do estacionamento para o outro. Em outro, as câmeras de segurança flagravam um rapaz correndo pelo shopping com uma bolsa na mão, mas era só para devolvê-la à dona. O que aconteceu hoje foi bem diferente.

Eu não vi com meus próprios olhos o começo, e isso é culpa do meu constante problema de timing. Decidi ir ao banheiro antes de comer, não depois, e perdi o barraco que aconteceu. Do relato da funcionária do Burger King, entendi o seguinte: a menina, de uns 16 anos, estava aguardando seu pedido ficar pronto. A atendente começou a registrar o pedido do sujeito que era o próximo da fila. O pedido dele ficou pronto primeiro, e enquanto ele aguardava os últimos ítens, a menina se debruçou sobre o balcão, olhou a comida e perguntou à atendente se era o dela. O sujeito ficou com a impressão de que o cabelo da menina tinha encostado nas onion rings dele (a atendente disse que não encostou, mas mesmo se tivesse encostado não justificaria o que ele fez a seguir). Ficou irritadinho e jogou as onion rings em cima da menina, gritando que ela tinha encostado na comida dele.

A mãe dela, boa cristã, tentou passar por cima do orgulho e virou a outra face. Comprou uma nova porção de onion rings pro cara. Quando foi entregar, ele jogou as onion rings em cima dela também.

Quando eu cheguei à praça, estavam mãe e filha encostadas no balcão do BK, filha chorando, mãe irada, segurança e uma moça random tentando acalmá-las. Do outro lado do ringue, no meio da praça, um babaca peitando dois seguranças. Ao redor, todos olhando para ele com cara de censura. Olhei com mais atenção e vi onion rings pelo chão e uma mesa com um sanduíche meio comido em cima.

Fiquei meio constrangido, porque eu queria comer no Burger King mas tinha gente chorando ali, naquele balcão onde eu pediria meu whopper com queijo. Pensei em ir em outro restaurante, mas era aquilo mesmo que eu queria. Além disso, eu tinha apenas 18 minutos até começar a sessão e nada seria tão rápido.

Enquanto eu pedia, me distraí um pouco da comoção e, quando vi, a mãe tinha ido para cima do cara, gritando "Você jogou em cima da minha filha! Você é um animal!" Depois disso, o babaca parece ter aceitado o convite dos seguranças de se retirar do recinto. A mãe e a menina, ainda inconformadas, tentaram terminar o lanche. A moça random ainda tentando acalmá-las.

2. Um filme cujo trailer tem apenas cenas de ação e nenhum diálogo não pode ter um roteiro bom.


Vai me decepcionar, James Cameron?

Ainda no assunto trailers: estou com o tema de Jogos Mortais na cabeça até agora. Aí você diz: claro, você acabou de ver Jogos Mortais e essa música gruda. Tananã, tananananã. Eu digo que não. Que durante o filme essa música não tocou nenhuma vez. Ou, pelo menos, não com um arranjo que a tornasse reconhecível.

Como nos filmes de terror de Hollywood nada se cria, tudo se copia (em geral, dos japoneses), acharam uma boa ideia colocar o tema de Jogos Mortais no trailer de um filme com a Cameron Diaz e o James Marsden (aka Ciclope). Calma, não é comédia romântica. Confira direto no iutubiú [/sonia], porque a incorporação está desativada. ¬¬

3. Mobile Me não é confiável.

Hoje esqueci meu celular em casa e precisei usar o Mobile Me, serviço de nuvem da Apple, para buscar uns contatos. Cadê? Lá dizia que eu tinha nenhum contato. Entrei no suporte via chat e o cara me disse que a única forma de pôr aqueles contatos de volta na nuvem seria resyncar pelo iPhone ou pelo Mac. E ambos estavam na minha casa. Ou seja: estaca zero. Ainda bem que não me roubaram ou coisa parecida, senão os contatos estariam perdidos para sempre.

4. Seu inferno astral não precisa ficar necessariamente limitado a um mês antes de seu aniversário.


Ele pode começar em qualquer dia do ano que ele querer.


5. Quando tudo está indo mal, ainda pode piorar.

11 de novembro de 2009

27 minutos

Tenho exatos 27 de bateria no computador. Se você não ficou sabendo, vai ganhar o título de pessoa mais desinformada do Brasil. E também de pessoa mais sortuda, porque ou estava dormindo quando tudo aconteceu, ou continuou assistindo ao Casseta & Planeta como se nada tivesse acontecido.
Estamos no meio de um blecaute.



O marcador subiu para 39 minutos porque eu desliguei o wireless.

Aí você pergunta como eu estou blogando sem conexão. Não, não estou usando a internet do celular porque não quero que a bateria dele acabe. Estou escrevendo para postar depois. Para a posteridade.

33 minutos

E está o maior calor aqui, sem ventilador. O telefone toca.

26 minutos

Voltei e a bateria está indo embora.

Eu ia postar alguma coisa sobre o dia de hoje. Tava pensando que ia ser um post mixuruca, até vir esse blecaute. Que foi a coroação de um dia de merda. Ficou perto do final, sim, mas como não pode ser bom até o absoluto final, aconteceu isso.

29 minutos, e decidi que o contador não é confiável. Vou salvar o arquivo.

Sabe aqueles dias em que parece que tudo o que você faz, no trabalho, não dá resultado? Minha SEMANA. Pelo menos até agora. Espero conseguir reverter isso nos próximos dias. O pior é pensar que esse blecaute vai ser a pauta da semana do século, e que vai sobrar pouco espaço nos jornais pra falar sobre outras coisas. Certo? E quem se fode?

26 minutos de novo

No finzinho do expediente veio pelo twitter um convite de uma amiga que não vejo faz tempo pra ver 500 Dias Com Ela. Convite não, um aviso: tô indo com fulana no cinema tal horário tal. Considerei um convite, tentei ligar avisando que ia mas não fui atendido, então apareci de surpresa já na sala de cinema. E perdi 8 reais, porque ela tinha convite para ver de graça.

24 minutos

O filme foi excelente. Trilha sonora excelente, roteiro excelente, muitas coisas muito excelentes e surpreendentes que não quero contar pra não estragar para você, cinéfilo leitor [/RMM]. Porque eu honestamente não esperava muito - esperava só que não fosse uma comédia romântica tradicional - e de fato não foi. Fox Searchlight, selo de filme "independente", diretor novato... ideias novas! Recomendo fortemente. Mas não é para os fracos e românticos losers como eu e o personagem do filme. Porque me lembrou Ela.

22 minutos

500 Dias Com Ela. 1 ano, 4 meses e 5 dias. Se não for bissexto (outras condições talvez se apliquem). 500 dias com Ela. Notou? Ela está até no título.

20 minutos

Por que me afeta ainda?

19 minutos

Neste novembro faz 7 anos que conheci Ela. Não sei exatamente o dia, mas foi nessa época. Quando acabar a bateria, daqui a 17 minutos, já vai ser meia noite. Dia 11, exatos 5 meses desde que a vi pela primeira vez. E pela última vez.

13 minutos

Passado o choque do filme, as companhias se mostraram divertidas como sempre. Nada como 2 dedos e 10 minutos de prosa andando sem destino pelo shopping, com conversas sem pé nem cabeça, pra curar dor de filme. Talvez até uma luz no fim do túnel tenha aparecido hoje.

12 minutos

Mas pra mostrar que não há esse negócio de luz no fim do túnel, me aparece uma dessas. Aposto que esse blecaute foi feito pra mim e pra todos os esperançosos. (E pro Rob, já que nada dá certo pra ele como default)

10 minutos

E voltando pra casa, quando deu o blecaute, até as rádios pararam de transmitir. Cheguei a pensar em atentado com bomba de pulso eletromagnético [alguém disse "neurótico"?]. Comecei a procurar as poucas rádios que funcionavam, achei uma ou duas. E a rádio disse que lá onde Ela mora, também está escuro.

8 minutos

Pergunto-me o que Ela estará fazendo.

7 minutos

Na verdade não quero saber. Não devia querer. Nem ligo.

6 minutos

Será que Ela encontrou a luz no fim do túnel?

5 minutos

Será que Ela tem uma vela, uma lanterna?

4 minutos

Será que Ela está em casa, que está tudo bem?

3 minutos

Não quero saber.

2 minutos

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

1 minuto

Na verdade, só quero acreditar que estamos vendo a mesma escuridão.