23 de dezembro de 2009
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A história se passa em Pandora, no ano 2154 (da Terra). Pandora é um satélite do planeta Polyphemus, que orbita a estrela Alpha Centauri A. Uma corporação investiu muita grana para extrair um metal, o unobtanium (unobtainable = inobtível), que vale milhões de dólares o quilo. Lá, encontraram resistência do povo nativo, os Na’vi, que são azuis. Para tentar diminuir a resistência dos Na’vi, e conhecer melhor a natureza do planeta, a corporação tem uma equipe de cientistas que desenvolveu os Avatares, corpos com DNA Na’vi e humano, que são “pilotados” pelos humanos cujo DNA foi usado. Um destes pilotos foi assassinado antes de ir para Pandora, então seu irmão gêmeo, Jake Sully, um ex-fuzileiro naval, foi chamado para tomar seu lugar, já que seu DNA é igual.
O roteiro não tem nada intrinsicamente novo. É a história do invasor que se une aos nativos injustiçados, motivado pelo seu amor por uma nativa e por sua compreensão da cultura local. O único personagem que se transforma, nessa história, é próprio Jake Sully, que no começo é um soldado entre cientistas, com pouco interesse pelo povo Na’vi.
Um ponto interessante do filme é que ele conta a história da mineração, mas num nível interplanetário. O que a corporação está fazendo em Pandora é o mesmo que foi feito na África e na América durante muito tempo: as corporações dos países ricos localizavam grandes reservas minerais e de pedras preciosas e expulsavam os nativos. Ainda bem que hoje em dia isso mudou. Pelo menos na minha experiência com mineradoras, vi que o trabalho de relacionamento com as comunidades é muito sério. Claro que facilita quando você tem algo a oferecer que interesse a essas comunidades. No caso dos Na’vi, nada que os humanos pudessem oferecer lhes interessaria, tudo o que eles queriam era continuar no lugar deles.
A referência mais próxima que eu tenho para os Na’vi são os elfos. Eles têm alguns aspectos que se parecem com estereótipos de tribos nativas africanas, mas com uma leveza e elegância élfica. Por outro lado, sua ligação com a natureza não é mística, como a dos elfos. Eles literalmente conectam seus neurônios com os dos outros seres vivos. Isso lhes dá uma compreensão holística da natureza, e eles entendem o papel de cada ser vivo no mundo. Isso me lembrou os elfos da série Eragon, que como parte do treinamento têm de aprender a sentir os outros seres e se conectar a eles. Por falar em Eragon, a floresta de Pandora é muito parecida com o que imaginei de Ellesméra.
Eu disse que o roteiro fraco, mas ainda assim ele é bem amarrado. Detalhes que são apresentados no começo do filme são retomados de forma importante mais tarde, então não tem nada sobrando. Os diálogos não se destacam, mas algumas falas de efeito do Quaritch, chefe de segurança e vilão principal, são boas, no nível de “Adoro o cheiro de napalm pela manhã”.
Os efeitos são, naturalmente, surpreendentes. Na minha opinião, o filme quase pode ser considerado uma animação, já que praticamente tudo é computação gráfica. Todo o cenário da floresta é CG, os personagens Na’vi são CG, os helicópteros e armas são CG. Ainda assim, boa parte do filme foi rodado da Nova Zelândia, local que, como sabemos desde O Senhor dos Anéis, tem paisagens que se prestam muito bem a esse fim. As próteses e props e objetos de cena foram feitos pela WETA Workshop, a mesma que fez armas e armaduras para O Senhor dos Anéis.
20 de dezembro de 2009
Contagem regressiva
Disclaimer: os itens das listas a seguir não estão em ordem de preferência, ou em qualquer outra ordem.
10 Things You Want For Christmas:
- A certeza de que meus planos pro ano que vem vão dar certo
- Acertar sozinho a Mega Sena da virada (e isso ajuda no item 1)
- Um aparelho de som com dock pro iPhone
- Um relógio novo, igual ao meu velho que roubaram
- Achar logo um apartamento pra alugar
- Uma semana de folga
- Que o depois do dia 25 de dezembro venha logo o 31
- Paz mundial [/miss universo]
- Meu 1/4 de século de volta
- All I want for Christimas is you
- Joni Mitchell
- Leonard Cohen
- Radiohead
- Kings of Convenience
- Camera Obscura
- The Smiths / Morrissey
- Belle & Sebastian
- The Carpenters
- The Cranberries
- Tomo banho, às vezes mais de um
- Como doce
- Twitto
- Leio e-mails
- Leio o Google Reader
- Canto sozinho (normalmente no carro)
- Procrastino
- Sinto sono
- Ler
- Passear em livraria
- Cinema
- Fotografia
- Lembrar de coisas/pessoas/lugares/momentos só pelo cheiro
- Coincidências bizarras
- lolcats
- Bom gosto musical (i.e., gostar do que EU gosto)
- Saber instalar o aparelho de som ou o DVD (ser capaz de operar aparelhos eletrônicos em geral)
- Ter repertório e opinião
- Ter um defeito ou mania adorável
- Ser uma boa companhia
- Demonstrações de afeto (em público ou em particular)
- Fotografia
- Cinema
- Viagens
- Comida comida comida
- Random
- J'adore
- Molhos a base de cerveja
- Chuva
- Canela
- Escócia de novo
- Parque Nacional Torres del Paine (Chile)
- Região das Missões (Rio Grande do Sul)
- Proclamação da República (quando cai numa quinta-feira)
- Dia da Consciência Negra (quando cai numa terça-feira)
- Não conto.
16 de dezembro de 2009
Vivo, vivinho, vivão
Ontem à tarde recebi uma ligação no iPhone. Quase chorei. Nunca tinha ouvido o meu toque novo. Era da Vivo, dizendo que estavam fazendo um teste na linha. Agora já recebo chamadas e SMS novamente.
Estou feliz, mas o que realmente me incomoda é que eu sei que a minha solicitação chegou lá por um caminho alternativo. Um amigo que trabalha comigo já trabalhou na Vivo e pediu para uma ex-colega dar uma olhada na situação. Se eu fosse apenas um consumidor sem esses contatos, eu estaria sem telefone até agora?
And now for something completely different: ao procurar o vídeo acima lembrei deste clipe aqui. Fernanda Takai marota headbanger, quem te viu, quem te vê.
Sobre rabanadas
Eu me lembro da primeira vez que comi rabanada. Não era Natal, embora seja uma iguaria dessa época. Era uma quarta-feira qualquer, de um ano qualquer, na casa do meu avô. Não me lembro exatamente quantos anos eu tinha, mas deve ter sido em 1993 ou 1994. Nessa época, toda quarta-feira eu ia para a casa do meu avô paterno após a escola, em vez de ir para a casa da minha avó materna.
Nesta época ele tinha uma empregada chamada Palmira. Ela era de Santa Catarina, mas de família portuguesa. Na verdade não era empregada, não fazia limpeza, não cuidava da casa. Cuidava do meu avô, que já estava velhinho e passava o dia só, já que minha tia trabalhava e ele já era viúvo.
Em uma destas quartas-feiras eu devia estar um pouco agitado, ou com fome, ou aprontando alguma, ou pentelhando. Ou tudo ao mesmo tempo. Então a Palmira me fez rabanadas, coisa que eu nunca tinha comido, e achei deliciosas. Desde então, toda quarta-feira eu pedia rabanada. Às vezes não dava para fazer, porque não tinha sobrado pão no dia anterior, e ela só fica boa com pão de ontem.
Lembrei disso ao ouvir no rádio ontem, por acaso (foi por acaso mesmo, liguei o carro da minha mãe para manobrá-lo e o rádio ligou sozinho), que alguns restaurantes no Leblon estão fazendo o 2º Festival da Rabanada. Várias receitas diferentes, cada um criou a sua versão. Fiquei com vontade de ir para o Rio pela terceira vez este ano, mas dessa vez não vai dar.
Vou me contentar com a Rabanada da Palmira, cuja receita é a mais simples de todas, mas da qual eu me lembro mais ou menos até hoje. Não lembro das quantidades, mas quem tem um pouco de bom senso vai saber na hora.
- Pão amanhecido (aka pão de ontem)
- Ovos
- Leite
- Açúcar
- Canela
Quebre os ovos e bata um pouco. Misture o leite. Embeba as fatias de pão na mistura e frite. Tire da frigideira e deixe escorrer o óleo, depois jogue na mistura de açúcar e canela. Pronto.
A Palmira? Trabalhou algum tempo com meu avô e depois voltou para Santa Catarina, para ficar com a família. Acho que desde então nunca mais comi rabanada.
14 de dezembro de 2009
Vivo para atrapalhar sua vida
Amo vocês. E sei que vocês vão me desejar Feliz Aniversário por meios de comunicação alternativos na terça-feira, porque o problema ainda não está resolvido.
Pois é. Hoje tentei mais uma vez. Fui à loja da Vivo. Eu tinha prometido a mim mesmo que não o faria mas não me segurei. Uma parte de mim quer ver até onde eles conseguem enrolar o cliente, pra depois poder mandá-los se foder de um jeito lindo. Mas a outra parte só quer que a minha vida volte ao normal. Eu quero apenas poder andar com um celular só no bolso. Eu quero apenas poder responder um SMS sem ter que pegar outro aparelho.
Então eu fui à loja da Vivo e quase saí de lá de mãos abanando. A moça da recepção disse que o máximo que eles podiam fazer era abrir um chamado na central de atendimento. Moça, eu já fiz isso mais de 10 vezes. Pedi ajuda para pelo menos testar o meu chip em outro aparelho, para ver se o problema persistia, e testar o meu iPhone com outro chip. Chip e iPhone estão bem, obrigado, o problema é lá.
Ela chamou o Denis, consultor da loja, que ligou para a central e perguntou como está a situação. Segundo ele, meu problema foi encaminhado para uma equipe especializada em casos impossíveis.
Essa equipe se chama Vivo Para Resolver. Imagina viver pra resolver o problema dos outros. Muito nobre e altruísta, ainda bem que existe gente assim no mundo e admiro, mas não é pra mim não. Já tenho os meus. Ajudo quando dá, mas não quero fazer disso profissão, obrigado.
Enfim, espero que resolvam mesmo. O que não me sai da cabeça é: por que o meu caso só foi parar nas mãos deles na sexta-feira, depois que eu falei com a Elisângela? A causa já não parecia justa, urgente e impossível antes disso?
O prazo que me deram é de 5 dias úteis, ou seja, sexta-feira. Se tudo der certo, Papai Noel vai me dar o que eu pedi e no Natal já terei meu telefone funcionando normalmente.
11 de dezembro de 2009
Ninguém me liga, ninguém me ama, ninguém me quer
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Hoje faz 19 dias que meu celular está impossibilitado de receber ligações. Quem liga para ele ora é informado pela Vivo que não foi possível completar a ligação, ora que o meu telefone não existe.
Isso é altamente inconveniente.
Começou no dia 23 de novembro. No dia 21, enquanto passeava com Ela, tive meu celular roubado. Nem quero lembrar dessa história (aliás, por isso nem escrevi aqui sobre a viagem ao Rio. Por sinal, quem disse que a melhor forma de esquecer uma mulher é transformá-la em literatura acertou). vou dizer apenas que tomei todas as providências necessárias para que meu celular não fosse usado de maneira indevida. Bloqueei o aparelho pelo MobileMe e a linha, ligando para a Vivo.
De volta a São Paulo, fui à A2You, comprei novo aparelho, e em seguida à loja da Vivo para recuperar minha linha. Peguei um novo chip e fui para casa feliz da vida, com algum dinheiro a menos na conta mas pelo menos resolvi meu problema e troquei meu iPhone 3G pelo 3GS.
Não usei o telefone nesse dia. Cheguei em casa e conectei o iPhone no computador para restaurar todos os dados e deixei carregando durante a noite. No dia seguinte, logo de manhã liguei para algumas pessoas para me assegurar de que ele estava funcionando.
À tarde, minha mãe me ligou no trabalho e disse que não conseguia me ligar no celular. Fiz o teste e ouvi que meu número não existia.
Liguei para a central de atendimento da Vivo. Depois de algum tempo de espera e alguns testes, a atendente disse-me que havia uma instabilidade na minha região que me impedia de receber ligações, mas que isso seria resolvido até às 19h daquele dia. Achei estranho que só acontecesse comigo, dentro todos os clientes Vivo que conheço, mas fiquei tranquilo sabendo que era temporário.
Mas não foi. Às 19h15, tentei ligar para meu celular e o problema persistia. Liguei novamente para a central de atendimento e fui informado que o conserto da falha levaria mais tempo do que o previsto. O novo prazo era o dia seguinte, 25/11, às 19h.
Diligentemente esperei. A esta altura, já havia providenciado um celular reserva. Ironicamente, é uma linha da Claro, minha arquinêmesis desde este incidente e deste também, que peguei de graça com os pontos do Claro Clube antes de fazer a portabilidade e uso para emprestar aos CouchSurfers que se hospedam comigo. É pré-pago, então nele eu só recebo.
Esperei até o horário prometido. Às 19h05 tentei falar comigo mesmo e notei que não era possível, então liguei para a Vivo novamente cobrando uma resolução. Me prometeram que o problema estaria solucionado às 21h03. Não preciso nem dizer que era mentira.
Liguei novamente, fiz uma série de testes (desliga, liga, finge de morto, tira a bateria - oi, é um iPhone - tira o chip, põe o chip, Pedro me dá meu chipeeeeee) e nada. Encaminharam meu caso para o departamento de engenharia, e prometeram que eu receberia um retorno em até 5 dias úteis. "Mas eu não acredito que a Vivo vá estar levando 5 dias úteis, senhor Antonio. O senhor provavelmente estará sendo contatado antes disso", disse o rapaz. Falso.
Desde então tenho tentado dia sim, dia não. Mandei e-mail novamente para o Jornal Agora, mas ainda não recebi um retorno. Já falei com a ouvidoria da Vivo, que ofereceu até me isentar da multa caso eu decida trocar de operadora. Recusei, porque não quero trocar seis por meia dúzia. E além disso, quero é que eles se fodam pra resolver esse problema. Suicídio de contrato é a saída mais fácil. Quero ver é quanto tempo eles vão levar pra reestabelecer um serviço tão fundamental.
10 de dezembro de 2009
Preciso de um scanner
(Pra quem gosta de poesia concreta isso deve fazer sentido)