27 de outubro de 2009

20 coisas que você pode dizer só de olhar para mim (ou não)

Esta é a minha versão deste post da Tati. Eu ia deixar como resposta no blog dela, mas achei que merecia seu próprio espaço.

  1. Sou destro, mas para algumas coisas tenho mais firmeza na mão esquerda. Para andar de bicicleta, por exemplo. Consigo guiar só com a mão esquerda, mas não só com a direita. Sem as duas, jamais (fiquei traumatizado com Cidade dos Anjos).
  2. Quando está calor, gosto de dormir encostado na parede. Mas quando não está, gosto de estar perto do criado mudo.
  3. Nos últimos anos tenho adiado a hora de deitar até não aguentar mais de sono, e tento me manter ocupado até esse momento pra não ficar pensando em certas coisas que eu queria esquecer.
  4. Isso tem funcionado bem, nunca levo mais de 5 minutos para desligar.
  5. Naturalmente adiar o sono me faz ter muita dificuldade para acordar, de manhã. Sinto que preciso de 10 horas por noite pra ficar bem.
  6. Estou tentando reduzir a quantidade de carne. Sei que não vou conseguir cortar de vez, x-salada tá aí em todo lugar pra me tentar.
  7. Estou adorando fazer novos amigos esse ano. Estava mesmo precisando.
  8. Eu tenho medo da minha gata. Gosto, mas tenho medo. Vivo achando que ela vai me morder quando eu menos espero. Mas deixo ela dormir no meu quarto, faz sentido?
  9. Preciso muito de um cachorro.
  10. Frase copiada da Tati porque é igual: “Eu torço pro São Paulo, mas não mato nem morro por isso.  Tenho tédio mortal de gente que fica perdendo tempo tentando provocar os outros por causa de futebol. Sim, sou bambi, what about it? Te fode aew, pega a bola prá você. Joga sozinho.” (e essa condição é de família, meu pai já era assim)
  11. Pessoas que derrubam meu dia só com um "oi": não vou dizer não. Mas tem algumas.
  12. Prefiro ficar em casa bebendo com amigos do que sair. Em 8 de cada 10 vezes.
  13. Com a minha idade, meu pai já era viúvo.
  14. Não sei o que é Listal. (@lucindaa ajudael?)
  15. Gosto de múltiplos de 3. E respeito o número 13.
  16. Estou em crise com minha carreira.
  17. Queria saber tocar bem algum instrumento musical, mas tenho preguiça de treinar e sei que assim não vai dar. Faço aula de piano com a mesma vizinha velhinha que me dava aula quando eu tinha 7 anos. Pra compensar minha frustração, canto sozinho no carro. Bem alto. Top 5 músicas para cantar no carro:
    1. The Platters – Smoke gets in your eyes
    2. Leonard Cohen – So long, Marianne
    3. Chico Buarque – Atrás da porta
    4. Joni Mitchell – A Case of You
    5. Sonata Arctica – Shy
  18. Odeio dar suporte técnico por telefone para o que quer que seja.
  19. No meu blog antigo, o Ciclo A, Ciclo B, eu escrevia mais livremente do que aqui. E falava sobre mais coisas do que aqui.
  20. Estou fazendo coaching pra ter certeza de que a minha vida daqui a 10 anos não seja igual à de hoje.

4 de outubro de 2009

Não tem nada mais eu no mundo do que você

Steven Paul "Elliott" Smith (6 de agosto de 1969 - 21 de outubro de 2003) foi um cantor, compositor e músico americano. Nasceu em Nebraska, foi criado no Texas, mas viveu a maior parte de sua vida em Portland. Tocava guitarra, piano, clarinete, baixo, bateria e gaita. Tinha uma voz quase sussurante. Tinha depressão, era alcoólatra e viciado em drogas, morreu em 2003 com quatro facadas no peito. A autópsia foi inconclusiva se os ferimentos foram auto-inflingidos.


Antes de ler, dê play.

Após almoço em boa companhia, fui ao pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, para uma feira de universidades francesas. Era bem feira mesmo, com diversas tendas/balcões, uma para cada universidade. Algumas desertas, outras com filas decamétricas, como Sorbonne e Sciences Po. Eu esperava mais, mas das, sei lá, 40 instituições presentes, só umas 5 tinham cursos de artes. Dessas, algumas tinham só artes aplicadas (leia-se design - em todas as suas variações). A grande maioria tinha cursos de business e tecnologia, algumas tinham ciências biológicas.

Saí de lá com folhetos de 3 universidades. Fiquei meio decepcionado com isso. Justo a França, você pensa em França, pensa em arte. Mas depois pensei: talvez seja bom que tenha mais gente no mundo preocupada em fazê-lo funcionar do que em fazê-lo pensar em si mesmo.

Mas saí de lá meio na abstinência, então estiquei a visita ao MAM, onde estava em exposição o 31˚ Panorama da Arte Brasileira. Era de graça, então entrei. Esse ano decidiram fazer a mostra com artistas estrangeiros cujas obras eram influenciadas pela cultura brasileira. Bem interessante.  Um desses artistas era Adrián Villar Rojas, argentino de Rosário, 29 anos, vive em Buenos Aires. Sua obra exposta: Nunca esquecerei Brasil (Nunca olvidaré Brasil), com dezenas de livros coletados em suas perambulanças pelo país. Ele fez intervenções em cada um deles, com textos, desenhos, colagens, etc.

Um deles chamou minha atenção.

Tinha um texto manuscrito a lápis, letras miudas na folha de rosto. O título era Vida de Cristo contada para os homens de nosso tempo. Queria fotografar, mas não deixaram. Ao lado do texto um desenho de um homem ajoelhado na frente de uma lápide, com duas motocicletas voando em rota de colisão com sua cabeça. O texto (transcrito sic):

te amo
te amo
te amo e estou desesperada
te amo e estou desesperada
te amo e
te amo e estou desesperada
te amo e quero estar com você
sonhei com você, com seu rosto, com seu cabelo
NÃO acredito que seja real
você é mais real por fora que por dentro


não vá de novo
sonhe também
que você tinha um gatinho branco
com o rabo listrado
e que era você
e que te poderia te levar para todos lados
e
não tem nada mais eu no mundo
do que você
E como faço sem te ver
Que linda a sua musica
Que lindo você é
Você é o mais especial que já vi na vida
choro e choro
por você e por mim
me dói a cabeça
se voltar a chorar eu morro
estou triste de amor
desesperada de amor
louca de amor


toda mi vida desperdiçada
vou pasar o tempo todo baixando musicas de Elliot Smith