23 de dezembro de 2009

Avatar

Alguns posts atrás, eu comentei que não deveria esperar muito de um filme cujo trailer tinha somente uma fala (e era uma fala estúpida: "This is great") e só cenas de ação. Foi bom pensar assim, porque com baixas expectativas, Avatar me surpreendeu. Não muito, mas surpreendeu.
A história se passa em Pandora, no ano 2154 (da Terra). Pandora é um satélite do planeta Polyphemus, que orbita a estrela Alpha Centauri A. Uma corporação investiu muita grana para extrair um metal, o unobtanium (unobtainable = inobtível), que vale milhões de dólares o quilo. Lá, encontraram resistência do povo nativo, os Na’vi, que são azuis. Para tentar diminuir a resistência dos Na’vi, e conhecer melhor a natureza do planeta, a corporação tem uma equipe de cientistas que desenvolveu os Avatares, corpos com DNA Na’vi e humano, que são “pilotados” pelos humanos cujo DNA foi usado. Um destes pilotos foi assassinado antes de ir para Pandora, então seu irmão gêmeo, Jake Sully, um ex-fuzileiro naval, foi chamado para tomar seu lugar, já que seu DNA é igual.
O roteiro não tem nada intrinsicamente novo. É a história do invasor que se une aos nativos injustiçados, motivado pelo seu amor por uma nativa e por sua compreensão da cultura local. O único personagem que se transforma, nessa história, é próprio Jake Sully, que no começo é um soldado entre cientistas, com pouco interesse pelo povo Na’vi.
Um ponto interessante do filme é que ele conta a história da mineração, mas num nível interplanetário. O que a corporação está fazendo em Pandora é o mesmo que foi feito na África e na América durante muito tempo: as corporações dos países ricos localizavam grandes reservas minerais e de pedras preciosas e expulsavam os nativos. Ainda bem que hoje em dia isso mudou. Pelo menos na minha experiência com mineradoras, vi que o trabalho de relacionamento com as comunidades é muito sério. Claro que facilita quando você tem algo a oferecer que interesse a essas comunidades. No caso dos Na’vi, nada que os humanos pudessem oferecer lhes interessaria, tudo o que eles queriam era continuar no lugar deles.
A referência mais próxima que eu tenho para os Na’vi são os elfos. Eles têm alguns aspectos que se parecem com estereótipos de tribos nativas africanas, mas com uma leveza e elegância élfica. Por outro lado, sua ligação com a natureza não é mística, como a dos elfos. Eles literalmente conectam seus neurônios com os dos outros seres vivos. Isso lhes dá uma compreensão holística da natureza, e eles entendem o papel de cada ser vivo no mundo. Isso me lembrou os elfos da série Eragon, que como parte do treinamento têm de aprender a sentir os outros seres e se conectar a eles. Por falar em Eragon, a floresta de Pandora é muito parecida com o que imaginei de Ellesméra.
Eu disse que o roteiro fraco, mas ainda assim ele é bem amarrado. Detalhes que são apresentados no começo do filme são retomados de forma importante mais tarde, então não tem nada sobrando. Os diálogos não se destacam, mas algumas falas de efeito do Quaritch, chefe de segurança e vilão principal, são boas, no nível de “Adoro o cheiro de napalm pela manhã”.
Os efeitos são, naturalmente, surpreendentes. Na minha opinião, o filme quase pode ser considerado uma animação, já que praticamente tudo é computação gráfica. Todo o cenário da floresta é CG, os personagens Na’vi são CG, os helicópteros e armas são CG. Ainda assim, boa parte do filme foi rodado da Nova Zelândia, local que, como sabemos desde O Senhor dos Anéis, tem paisagens que se prestam muito bem a esse fim. As próteses e props e objetos de cena foram feitos pela WETA Workshop, a mesma que fez armas e armaduras para O Senhor dos Anéis.

20 de dezembro de 2009

Contagem regressiva

Como visto no blog da Tati, que se você não leu ainda tá esperando o quê?, deixo aqui a minha contagem regressiva para o fim de 2009. Que eu quero mais que 2009 acabe logo do que 2010 comece logo, porque 2009 foi tenso e eu não sei como vai ser 2010. Se tivesse um limbo entre um ano e outro, eu ficaria lá por alguns dias de boa. Ou por algumas horas. Aquelas 6 horas que a cada quatro se juntam pra formar um ano bissexto podem ser consideradas o limbo entre os anos? Então me encontrem lá.

Disclaimer: os itens das listas a seguir não estão em ordem de preferência, ou em qualquer outra ordem.

10 Things You Want For Christmas:

  1. A certeza de que meus planos pro ano que vem vão dar certo
  2. Acertar sozinho a Mega Sena da virada (e isso ajuda no item 1)
  3. Um aparelho de som com dock pro iPhone
  4. Um relógio novo, igual ao meu velho que roubaram
  5. Achar logo um apartamento pra alugar
  6. Uma semana de folga
  7. Que o depois do dia 25 de dezembro venha logo o 31
  8. Paz mundial [/miss universo]
  9. Meu 1/4 de século de volta
  10. All I want for Christimas is you
9 Musicians/Bands You Love:
  1. Joni Mitchell
  2. Leonard Cohen
  3. Radiohead
  4. Kings of Convenience
  5. Camera Obscura
  6. The Smiths / Morrissey
  7. Belle & Sebastian
  8. The Carpenters
  9. The Cranberries
8 Things You Do Everyday:
  1. Tomo banho, às vezes mais de um
  2. Como doce
  3. Twitto
  4. Leio e-mails
  5. Leio o Google Reader
  6. Canto sozinho (normalmente no carro)
  7. Procrastino
  8. Sinto sono
7 Things I Enjoy:
  1. Ler
  2. Passear em livraria
  3. Cinema
  4. Fotografia
  5. Lembrar de coisas/pessoas/lugares/momentos só pelo cheiro
  6. Coincidências bizarras
  7. lolcats
6 Things That Will ALWAYS Win Your Heart:
  1. Bom gosto musical (i.e., gostar do que EU gosto)
  2. Saber instalar o aparelho de som ou o DVD (ser capaz de operar aparelhos eletrônicos em geral)
  3. Ter repertório e opinião
  4. Ter um defeito ou mania adorável
  5. Ser uma boa companhia
  6. Demonstrações de afeto (em público ou em particular)
5 Favorites subjects:
  1. Fotografia
  2. Cinema
  3. Viagens
  4. Comida comida comida
  5. Random
4 Smells You Enjoy:
  1. J'adore
  2. Molhos a base de cerveja
  3. Chuva
  4. Canela
3 Places You Want To Go:
  1. Escócia de novo
  2. Parque Nacional Torres del Paine (Chile)
  3. Região das Missões (Rio Grande do Sul)
2 Holidays You Love:
  1. Proclamação da República (quando cai numa quinta-feira)
  2. Dia da Consciência Negra (quando cai numa terça-feira)
1 Wish for today:
  1. Não conto.

16 de dezembro de 2009

Vivo, vivinho, vivão


Só queria compartilhar que meu celular voltou. Na segunda à noite, o Josafá da Vivo me ligou (no celular reserva) e disse que estava cuidando do meu problema. Disse que iria priorizá-lo, já que era meu aniversário.
Ontem à tarde recebi uma ligação no iPhone. Quase chorei. Nunca tinha ouvido o meu toque novo. Era da Vivo, dizendo que estavam fazendo um teste na linha. Agora já recebo chamadas e SMS novamente.
Estou feliz, mas o que realmente me incomoda é que eu sei que a minha solicitação chegou lá por um caminho alternativo. Um amigo que trabalha comigo já trabalhou na Vivo e pediu para uma ex-colega dar uma olhada na situação. Se eu fosse apenas um consumidor sem esses contatos, eu estaria sem telefone até agora?
And now for something completely different: ao procurar o vídeo acima lembrei deste clipe aqui. Fernanda Takai marota headbanger, quem te viu, quem te vê.

Sobre rabanadas

Eu me lembro da primeira vez que comi rabanada. Não era Natal, embora seja uma iguaria dessa época. Era uma quarta-feira qualquer, de um ano qualquer, na casa do meu avô. Não me lembro exatamente quantos anos eu tinha, mas deve ter sido em 1993 ou 1994. Nessa época, toda quarta-feira eu ia para a casa do meu avô paterno após a escola, em vez de ir para a casa da minha avó materna.

Nesta época ele tinha uma empregada chamada Palmira. Ela era de Santa Catarina, mas de família portuguesa. Na verdade não era empregada, não fazia limpeza, não cuidava da casa. Cuidava do meu avô, que já estava velhinho e passava o dia só, já que minha tia trabalhava e ele já era viúvo.

Em uma destas quartas-feiras eu devia estar um pouco agitado, ou com fome, ou aprontando alguma, ou pentelhando. Ou tudo ao mesmo tempo. Então a Palmira me fez rabanadas, coisa que eu nunca tinha comido, e achei deliciosas. Desde então, toda quarta-feira eu pedia rabanada. Às vezes não dava para fazer, porque não tinha sobrado pão no dia anterior, e ela só fica boa com pão de ontem.

Lembrei disso ao ouvir no rádio ontem, por acaso (foi por acaso mesmo, liguei o carro da minha mãe para manobrá-lo e o rádio ligou sozinho), que alguns restaurantes no Leblon estão fazendo o 2º Festival da Rabanada. Várias receitas diferentes, cada um criou a sua versão. Fiquei com vontade de ir para o Rio pela terceira vez este ano, mas dessa vez não vai dar.

Vou me contentar com a Rabanada da Palmira, cuja receita é a mais simples de todas, mas da qual eu me lembro mais ou menos até hoje. Não lembro das quantidades, mas quem tem um pouco de bom senso vai saber na hora.

  • Pão amanhecido (aka pão de ontem)
  • Ovos
  • Leite
  • Açúcar
  • Canela

Quebre os ovos e bata um pouco. Misture o leite. Embeba as fatias de pão na mistura e frite. Tire da frigideira e deixe escorrer o óleo, depois jogue na mistura de açúcar e canela. Pronto.

A Palmira? Trabalhou algum tempo com meu avô e depois voltou para Santa Catarina, para ficar com a família. Acho que desde então nunca mais comi rabanada.

14 de dezembro de 2009

Vivo para atrapalhar sua vida

Em primeiro lugar, quero agradecer aos comentários de apoio e solidariedade que recebi no último post. Carol, Mayra e Joyce, tô com saudades. Cachorro de Três Pernas, tenho certeza de que se eu soubesse seu nome seríamos grandes amigos.

Amo vocês. E sei que vocês vão me desejar Feliz Aniversário por meios de comunicação alternativos na terça-feira, porque o problema ainda não está resolvido.

Pois é. Hoje tentei mais uma vez. Fui à loja da Vivo. Eu tinha prometido a mim mesmo que não o faria mas não me segurei. Uma parte de mim quer ver até onde eles conseguem enrolar o cliente, pra depois poder mandá-los se foder de um jeito lindo. Mas a outra parte só quer que a minha vida volte ao normal. Eu quero apenas poder andar com um celular só no bolso. Eu quero apenas poder responder um SMS sem ter que pegar outro aparelho.


Eu quero ter um milhão de amigos, e que eles possam me ligar no meu aniversário

Então eu fui à loja da Vivo e quase saí de lá de mãos abanando. A moça da recepção disse que o máximo que eles podiam fazer era abrir um chamado na central de atendimento. Moça, eu já fiz isso mais de 10 vezes. Pedi ajuda para pelo menos testar o meu chip em outro aparelho, para ver se o problema persistia, e testar o meu iPhone com outro chip. Chip e iPhone estão bem, obrigado, o problema é lá.

Ela chamou o Denis, consultor da loja, que ligou para a central e perguntou como está a situação. Segundo ele, meu problema foi encaminhado para uma equipe especializada em casos impossíveis.


Acho que só assim.

Essa equipe se chama Vivo Para Resolver. Imagina viver pra resolver o problema dos outros. Muito nobre e altruísta, ainda bem que existe gente assim no mundo e admiro, mas não é pra mim não. Já tenho os meus. Ajudo quando dá, mas não quero fazer disso profissão, obrigado.

Enfim, espero que resolvam mesmo. O que não me sai da cabeça é: por que o meu caso só foi parar nas mãos deles na sexta-feira, depois que eu falei com a Elisângela? A causa já não parecia justa, urgente e impossível antes disso?

O prazo que me deram é de 5 dias úteis, ou seja, sexta-feira. Se tudo der certo, Papai Noel vai me dar o que eu pedi e no Natal já terei meu telefone funcionando normalmente.

11 de dezembro de 2009

Ninguém me liga, ninguém me ama, ninguém me quer

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
 
Eu vou ligar para o SAC da Vivo

Hoje faz 19 dias que meu celular está impossibilitado de receber ligações. Quem liga para ele ora é informado pela Vivo que não foi possível completar a ligação, ora que o meu telefone não existe.

Isso é altamente inconveniente.



Começou no dia 23 de novembro. No dia 21, enquanto passeava com Ela, tive meu celular roubado. Nem quero lembrar dessa história (aliás, por isso nem escrevi aqui sobre a viagem ao Rio. Por sinal, quem disse que a melhor forma de esquecer uma mulher é transformá-la em literatura acertou). vou dizer apenas que tomei todas as providências necessárias para que meu celular não fosse usado de maneira indevida. Bloqueei o aparelho pelo MobileMe e a linha, ligando para a Vivo.

De volta a São Paulo, fui à A2You, comprei novo aparelho, e em seguida à loja da Vivo para recuperar minha linha. Peguei um novo chip e fui para casa feliz da vida, com algum dinheiro a menos na conta mas pelo menos resolvi meu problema e troquei meu iPhone 3G pelo 3GS.

Não usei o telefone nesse dia. Cheguei em casa e conectei o iPhone no computador para restaurar todos os dados e deixei carregando durante a noite. No dia seguinte, logo de manhã liguei para algumas pessoas para me assegurar de que ele estava funcionando.

À tarde, minha mãe me ligou no trabalho e disse que não conseguia me ligar no celular. Fiz o teste e ouvi que meu número não existia.

***O post ficou longo, se quiser pular os detalhes procure mais três asteriscos.

Liguei para a central de atendimento da Vivo. Depois de algum tempo de espera e alguns testes, a atendente disse-me que havia uma instabilidade na minha região que me impedia de receber ligações, mas que isso seria resolvido até às 19h daquele dia. Achei estranho que só acontecesse comigo, dentro todos os clientes Vivo que conheço, mas fiquei tranquilo sabendo que era temporário.

Mas não foi. Às 19h15, tentei ligar para meu celular e o problema persistia. Liguei novamente para a central de atendimento e fui informado que o conserto da falha levaria mais tempo do que o previsto. O novo prazo era o dia seguinte, 25/11, às 19h.

Diligentemente esperei. A esta altura, já havia providenciado um celular reserva. Ironicamente, é uma linha da Claro, minha arquinêmesis desde este incidente e deste também, que peguei de graça com os pontos do Claro Clube antes de fazer a portabilidade e uso para emprestar aos CouchSurfers que se hospedam comigo. É pré-pago, então nele eu só recebo.

Esperei até o horário prometido. Às 19h05 tentei falar comigo mesmo e notei que não era possível, então liguei para a Vivo novamente cobrando uma resolução. Me prometeram que o problema estaria solucionado às 21h03. Não preciso nem dizer que era mentira.

Liguei novamente, fiz uma série de testes (desliga, liga, finge de morto, tira a bateria - oi, é um iPhone - tira o chip, põe o chip, Pedro me dá meu chipeeeeee) e nada. Encaminharam meu caso para o departamento de engenharia, e prometeram que eu receberia um retorno em até 5 dias úteis. "Mas eu não acredito que a Vivo vá estar levando 5 dias úteis, senhor Antonio. O senhor provavelmente estará sendo contatado antes disso", disse o rapaz. Falso.

***Tomou um atalho? Continue lendo a partir daqui.

Desde então tenho tentado dia sim, dia não. Mandei e-mail novamente para o Jornal Agora, mas ainda não recebi um retorno. Já falei com a ouvidoria da Vivo, que ofereceu até me isentar da multa caso eu decida trocar de operadora. Recusei, porque não quero trocar seis por meia dúzia. E além disso, quero é que eles se fodam pra resolver esse problema. Suicídio de contrato é a saída mais fácil. Quero ver é quanto tempo eles vão levar pra reestabelecer um serviço tão fundamental.


Hoje eu sou um ligador, mas não pelo motivo certo.

A situação atual: eu sou um ligador. Eu consigo fazer chamadas e enviar SMS, mas não consigo receber nem um, nem outro. Consigo navegar na internet normalmente, e o twitter virou praticamente um substituto do SMS para mim. Aliás, notei que o twitter não é tão útil quando eu pensava. Quando é pra me rastrear e saber que estou no cinema, todo mundo sabe. Agora, quando é algo importante, tipo MEU CELULAR NÃO ESTÁ RECEBENDO LIGAÇÕES, NÃO ME LIGUE, isso ignoram. O mais próximo que tenho de SMS é o Ping!, um mensageiro instantâneo que só funciona de iPhone pra iPhone. Se quiser me adicionar, procure por tonibarros.

Nem preciso dizer como isso é inconveniente. Quase perdi uma proposta de emprego nos primeiros dias. Só não aconteceu porque a pessoa foi bacana e me ligou no telefone do trabalho, mas não pudemos conversar muito por motivos óbvios. Recusei a proposta após trocar alguns e-mails, mas imagine se fosse outra pessoa, com uma proposta mais interessante?

Além disso, meu aniversário está chegando. É dia 15, e tenho medo que algumas pessoas mais distantes não consigam falar comigo. Provavelmente aquela tia avó do interior, que vai ligar para a minha mãe e dizer "ele mudou de número e não avisou ninguém?".

Mas pior que isso é tentar organizar uma festa. Avisei do problema para TODOS os convidados, mas as pessoas não prestam atenção, sabe como é. Tenho CERTEZA que alguém vai deixar de ir porque me ligou a caminho da festa para pedir alguma informação e não conseguiu falar comigo.


A propósito, estão todos convidados: hoje à noite (11/12), na The Clock, Rua Turiassu 806. 
Rock anos 50 e 60 para dançar. Clique na imagem para mais informações.
  
Sem receber ligações, meu problema de solidão se agravou. Ninguém me liga e eu me sinto sozinho. Quando isso acontece, me dá vontade de ligar para a Vivo pra saber a quantas anda o meu problema.

Aliás, estou fazendo isso agora.

Pronto. Falei com a Elisângela. Ela fala rápido demais. Mas o principal eu entendi: ela aguarda uma resposta do departamento técnico. E eu também. (Aliás, veja como seria o SAC dos meus sonhos.)


Amanhã mesmo vou escrever uma carta para o Papai Noel. Vou pedir para receber pelo menos um telefonema desejando Feliz Natal.

10 de dezembro de 2009

Preciso de um scanner

Tenho vários textos, fragmentos e praticamente minicontos escritos em um Cícero (um moleskine de fabricação nacional com textura mais agradável e preço mais amigável), mas são palavras que não me parecem boas se não estiverem em tinta preta sobre papel creme rugoso, manuscritos com letras pontiagudas e largura variável. Merecem vir pro blog, mas não querem ser traduzidos em Arial, Verdana ou Times. Nem Helvética, e olha que eu gosto de Helvética.

(Pra quem gosta de poesia concreta isso deve fazer sentido)

13 de novembro de 2009

(Insira um título alarmista aqui)

Hoje de manhã, em sua participação no jornal da Rádio Eldorado, Alexandre Garcia considerou um absurdo ficarmos à mercê da natureza. Uma tempestade, e o Brasil fica no escuro.

Alexandre Garcia é um cara que eu até respeito. Ouço com frequência no rádio e acho suas colocações em geral bem sensatas.

Mas HELLO? Ele realmente acredita que é possível não estar à mercê da natureza? Nós conseguimos controlá-la em termos: construímos casas pra não nos molhar, tomamos vacinas para não adoecer, temos desfibriladores para não morrer. Mas a natureza é muito mais forte. Ela pode derrubar nossas casas, causar mutações nos vírus, desligar nosso disjuntor. E ela pode nos deixar no escuro se ela quiser.

Ou ela pode simplesmente se implodir, quando ficar de saco cheio dessas pulgas andando por cima dela.

O que me leva ao filme que vi ontem, 2012. Muito bacana. E mostra exatamente isso: por mais que a gente tente, a natureza pode dar um jeito de nos mostrar o dedo do meio.

Claro que é um filme, que é um exagero, que os neutrinos não vão causar reações no núcleo do nosso planeta. Acho.

E falar do filme me leva novamente à Rádio Eldorado, hoje de manhã. Luiz Carlos Merten falava exatamente sobre o filme, que tem um presidente americano negro (Danny Glover).

Barack Obama daqui a 3 anos

Em entrevista ao Merten, o diretor Roland Emmerich disse que não era uma referência ao Obama. Era mera coincidência.

Meu pau.

A chanceler alemã é uma velhinha.

 De prefeita de Everwood a chanceler da Alemanha. Isso é que é plano de carreira, hein?

E o governador da Califórnia, que aparece só pela TV, é um ex-ator de filmes de ação que virou político, com sotaque enrolado.

12 de novembro de 2009

Coisas que aprendi hoje

1. O ser humano pode revelar seu lado mais animal quando você mexe na sua comida

Aproveitei que queria me desligar um pouco do mundo real e fui ao cinema no shopping Villa Lobos. Quem conhece o Villa Lobos sabe que é um shopping decente, bonito e bem frequentado, certo?

ERRADO!

Quando o Villa Lobos foi inaugurado, a campanha publicitária mostrava como os seus clientes eram diferenciados. Em um dos filmes, dois carros disputavam campeonato de gentileza na hora de oferecer a vaga do estacionamento para o outro. Em outro, as câmeras de segurança flagravam um rapaz correndo pelo shopping com uma bolsa na mão, mas era só para devolvê-la à dona. O que aconteceu hoje foi bem diferente.

Eu não vi com meus próprios olhos o começo, e isso é culpa do meu constante problema de timing. Decidi ir ao banheiro antes de comer, não depois, e perdi o barraco que aconteceu. Do relato da funcionária do Burger King, entendi o seguinte: a menina, de uns 16 anos, estava aguardando seu pedido ficar pronto. A atendente começou a registrar o pedido do sujeito que era o próximo da fila. O pedido dele ficou pronto primeiro, e enquanto ele aguardava os últimos ítens, a menina se debruçou sobre o balcão, olhou a comida e perguntou à atendente se era o dela. O sujeito ficou com a impressão de que o cabelo da menina tinha encostado nas onion rings dele (a atendente disse que não encostou, mas mesmo se tivesse encostado não justificaria o que ele fez a seguir). Ficou irritadinho e jogou as onion rings em cima da menina, gritando que ela tinha encostado na comida dele.

A mãe dela, boa cristã, tentou passar por cima do orgulho e virou a outra face. Comprou uma nova porção de onion rings pro cara. Quando foi entregar, ele jogou as onion rings em cima dela também.

Quando eu cheguei à praça, estavam mãe e filha encostadas no balcão do BK, filha chorando, mãe irada, segurança e uma moça random tentando acalmá-las. Do outro lado do ringue, no meio da praça, um babaca peitando dois seguranças. Ao redor, todos olhando para ele com cara de censura. Olhei com mais atenção e vi onion rings pelo chão e uma mesa com um sanduíche meio comido em cima.

Fiquei meio constrangido, porque eu queria comer no Burger King mas tinha gente chorando ali, naquele balcão onde eu pediria meu whopper com queijo. Pensei em ir em outro restaurante, mas era aquilo mesmo que eu queria. Além disso, eu tinha apenas 18 minutos até começar a sessão e nada seria tão rápido.

Enquanto eu pedia, me distraí um pouco da comoção e, quando vi, a mãe tinha ido para cima do cara, gritando "Você jogou em cima da minha filha! Você é um animal!" Depois disso, o babaca parece ter aceitado o convite dos seguranças de se retirar do recinto. A mãe e a menina, ainda inconformadas, tentaram terminar o lanche. A moça random ainda tentando acalmá-las.

2. Um filme cujo trailer tem apenas cenas de ação e nenhum diálogo não pode ter um roteiro bom.


Vai me decepcionar, James Cameron?

Ainda no assunto trailers: estou com o tema de Jogos Mortais na cabeça até agora. Aí você diz: claro, você acabou de ver Jogos Mortais e essa música gruda. Tananã, tananananã. Eu digo que não. Que durante o filme essa música não tocou nenhuma vez. Ou, pelo menos, não com um arranjo que a tornasse reconhecível.

Como nos filmes de terror de Hollywood nada se cria, tudo se copia (em geral, dos japoneses), acharam uma boa ideia colocar o tema de Jogos Mortais no trailer de um filme com a Cameron Diaz e o James Marsden (aka Ciclope). Calma, não é comédia romântica. Confira direto no iutubiú [/sonia], porque a incorporação está desativada. ¬¬

3. Mobile Me não é confiável.

Hoje esqueci meu celular em casa e precisei usar o Mobile Me, serviço de nuvem da Apple, para buscar uns contatos. Cadê? Lá dizia que eu tinha nenhum contato. Entrei no suporte via chat e o cara me disse que a única forma de pôr aqueles contatos de volta na nuvem seria resyncar pelo iPhone ou pelo Mac. E ambos estavam na minha casa. Ou seja: estaca zero. Ainda bem que não me roubaram ou coisa parecida, senão os contatos estariam perdidos para sempre.

4. Seu inferno astral não precisa ficar necessariamente limitado a um mês antes de seu aniversário.


Ele pode começar em qualquer dia do ano que ele querer.


5. Quando tudo está indo mal, ainda pode piorar.

11 de novembro de 2009

27 minutos

Tenho exatos 27 de bateria no computador. Se você não ficou sabendo, vai ganhar o título de pessoa mais desinformada do Brasil. E também de pessoa mais sortuda, porque ou estava dormindo quando tudo aconteceu, ou continuou assistindo ao Casseta & Planeta como se nada tivesse acontecido.
Estamos no meio de um blecaute.



O marcador subiu para 39 minutos porque eu desliguei o wireless.

Aí você pergunta como eu estou blogando sem conexão. Não, não estou usando a internet do celular porque não quero que a bateria dele acabe. Estou escrevendo para postar depois. Para a posteridade.

33 minutos

E está o maior calor aqui, sem ventilador. O telefone toca.

26 minutos

Voltei e a bateria está indo embora.

Eu ia postar alguma coisa sobre o dia de hoje. Tava pensando que ia ser um post mixuruca, até vir esse blecaute. Que foi a coroação de um dia de merda. Ficou perto do final, sim, mas como não pode ser bom até o absoluto final, aconteceu isso.

29 minutos, e decidi que o contador não é confiável. Vou salvar o arquivo.

Sabe aqueles dias em que parece que tudo o que você faz, no trabalho, não dá resultado? Minha SEMANA. Pelo menos até agora. Espero conseguir reverter isso nos próximos dias. O pior é pensar que esse blecaute vai ser a pauta da semana do século, e que vai sobrar pouco espaço nos jornais pra falar sobre outras coisas. Certo? E quem se fode?

26 minutos de novo

No finzinho do expediente veio pelo twitter um convite de uma amiga que não vejo faz tempo pra ver 500 Dias Com Ela. Convite não, um aviso: tô indo com fulana no cinema tal horário tal. Considerei um convite, tentei ligar avisando que ia mas não fui atendido, então apareci de surpresa já na sala de cinema. E perdi 8 reais, porque ela tinha convite para ver de graça.

24 minutos

O filme foi excelente. Trilha sonora excelente, roteiro excelente, muitas coisas muito excelentes e surpreendentes que não quero contar pra não estragar para você, cinéfilo leitor [/RMM]. Porque eu honestamente não esperava muito - esperava só que não fosse uma comédia romântica tradicional - e de fato não foi. Fox Searchlight, selo de filme "independente", diretor novato... ideias novas! Recomendo fortemente. Mas não é para os fracos e românticos losers como eu e o personagem do filme. Porque me lembrou Ela.

22 minutos

500 Dias Com Ela. 1 ano, 4 meses e 5 dias. Se não for bissexto (outras condições talvez se apliquem). 500 dias com Ela. Notou? Ela está até no título.

20 minutos

Por que me afeta ainda?

19 minutos

Neste novembro faz 7 anos que conheci Ela. Não sei exatamente o dia, mas foi nessa época. Quando acabar a bateria, daqui a 17 minutos, já vai ser meia noite. Dia 11, exatos 5 meses desde que a vi pela primeira vez. E pela última vez.

13 minutos

Passado o choque do filme, as companhias se mostraram divertidas como sempre. Nada como 2 dedos e 10 minutos de prosa andando sem destino pelo shopping, com conversas sem pé nem cabeça, pra curar dor de filme. Talvez até uma luz no fim do túnel tenha aparecido hoje.

12 minutos

Mas pra mostrar que não há esse negócio de luz no fim do túnel, me aparece uma dessas. Aposto que esse blecaute foi feito pra mim e pra todos os esperançosos. (E pro Rob, já que nada dá certo pra ele como default)

10 minutos

E voltando pra casa, quando deu o blecaute, até as rádios pararam de transmitir. Cheguei a pensar em atentado com bomba de pulso eletromagnético [alguém disse "neurótico"?]. Comecei a procurar as poucas rádios que funcionavam, achei uma ou duas. E a rádio disse que lá onde Ela mora, também está escuro.

8 minutos

Pergunto-me o que Ela estará fazendo.

7 minutos

Na verdade não quero saber. Não devia querer. Nem ligo.

6 minutos

Será que Ela encontrou a luz no fim do túnel?

5 minutos

Será que Ela tem uma vela, uma lanterna?

4 minutos

Será que Ela está em casa, que está tudo bem?

3 minutos

Não quero saber.

2 minutos

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

1 minuto

Na verdade, só quero acreditar que estamos vendo a mesma escuridão.

27 de outubro de 2009

20 coisas que você pode dizer só de olhar para mim (ou não)

Esta é a minha versão deste post da Tati. Eu ia deixar como resposta no blog dela, mas achei que merecia seu próprio espaço.

  1. Sou destro, mas para algumas coisas tenho mais firmeza na mão esquerda. Para andar de bicicleta, por exemplo. Consigo guiar só com a mão esquerda, mas não só com a direita. Sem as duas, jamais (fiquei traumatizado com Cidade dos Anjos).
  2. Quando está calor, gosto de dormir encostado na parede. Mas quando não está, gosto de estar perto do criado mudo.
  3. Nos últimos anos tenho adiado a hora de deitar até não aguentar mais de sono, e tento me manter ocupado até esse momento pra não ficar pensando em certas coisas que eu queria esquecer.
  4. Isso tem funcionado bem, nunca levo mais de 5 minutos para desligar.
  5. Naturalmente adiar o sono me faz ter muita dificuldade para acordar, de manhã. Sinto que preciso de 10 horas por noite pra ficar bem.
  6. Estou tentando reduzir a quantidade de carne. Sei que não vou conseguir cortar de vez, x-salada tá aí em todo lugar pra me tentar.
  7. Estou adorando fazer novos amigos esse ano. Estava mesmo precisando.
  8. Eu tenho medo da minha gata. Gosto, mas tenho medo. Vivo achando que ela vai me morder quando eu menos espero. Mas deixo ela dormir no meu quarto, faz sentido?
  9. Preciso muito de um cachorro.
  10. Frase copiada da Tati porque é igual: “Eu torço pro São Paulo, mas não mato nem morro por isso.  Tenho tédio mortal de gente que fica perdendo tempo tentando provocar os outros por causa de futebol. Sim, sou bambi, what about it? Te fode aew, pega a bola prá você. Joga sozinho.” (e essa condição é de família, meu pai já era assim)
  11. Pessoas que derrubam meu dia só com um "oi": não vou dizer não. Mas tem algumas.
  12. Prefiro ficar em casa bebendo com amigos do que sair. Em 8 de cada 10 vezes.
  13. Com a minha idade, meu pai já era viúvo.
  14. Não sei o que é Listal. (@lucindaa ajudael?)
  15. Gosto de múltiplos de 3. E respeito o número 13.
  16. Estou em crise com minha carreira.
  17. Queria saber tocar bem algum instrumento musical, mas tenho preguiça de treinar e sei que assim não vai dar. Faço aula de piano com a mesma vizinha velhinha que me dava aula quando eu tinha 7 anos. Pra compensar minha frustração, canto sozinho no carro. Bem alto. Top 5 músicas para cantar no carro:
    1. The Platters – Smoke gets in your eyes
    2. Leonard Cohen – So long, Marianne
    3. Chico Buarque – Atrás da porta
    4. Joni Mitchell – A Case of You
    5. Sonata Arctica – Shy
  18. Odeio dar suporte técnico por telefone para o que quer que seja.
  19. No meu blog antigo, o Ciclo A, Ciclo B, eu escrevia mais livremente do que aqui. E falava sobre mais coisas do que aqui.
  20. Estou fazendo coaching pra ter certeza de que a minha vida daqui a 10 anos não seja igual à de hoje.

4 de outubro de 2009

Não tem nada mais eu no mundo do que você

Steven Paul "Elliott" Smith (6 de agosto de 1969 - 21 de outubro de 2003) foi um cantor, compositor e músico americano. Nasceu em Nebraska, foi criado no Texas, mas viveu a maior parte de sua vida em Portland. Tocava guitarra, piano, clarinete, baixo, bateria e gaita. Tinha uma voz quase sussurante. Tinha depressão, era alcoólatra e viciado em drogas, morreu em 2003 com quatro facadas no peito. A autópsia foi inconclusiva se os ferimentos foram auto-inflingidos.


Antes de ler, dê play.

Após almoço em boa companhia, fui ao pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, para uma feira de universidades francesas. Era bem feira mesmo, com diversas tendas/balcões, uma para cada universidade. Algumas desertas, outras com filas decamétricas, como Sorbonne e Sciences Po. Eu esperava mais, mas das, sei lá, 40 instituições presentes, só umas 5 tinham cursos de artes. Dessas, algumas tinham só artes aplicadas (leia-se design - em todas as suas variações). A grande maioria tinha cursos de business e tecnologia, algumas tinham ciências biológicas.

Saí de lá com folhetos de 3 universidades. Fiquei meio decepcionado com isso. Justo a França, você pensa em França, pensa em arte. Mas depois pensei: talvez seja bom que tenha mais gente no mundo preocupada em fazê-lo funcionar do que em fazê-lo pensar em si mesmo.

Mas saí de lá meio na abstinência, então estiquei a visita ao MAM, onde estava em exposição o 31˚ Panorama da Arte Brasileira. Era de graça, então entrei. Esse ano decidiram fazer a mostra com artistas estrangeiros cujas obras eram influenciadas pela cultura brasileira. Bem interessante.  Um desses artistas era Adrián Villar Rojas, argentino de Rosário, 29 anos, vive em Buenos Aires. Sua obra exposta: Nunca esquecerei Brasil (Nunca olvidaré Brasil), com dezenas de livros coletados em suas perambulanças pelo país. Ele fez intervenções em cada um deles, com textos, desenhos, colagens, etc.

Um deles chamou minha atenção.

Tinha um texto manuscrito a lápis, letras miudas na folha de rosto. O título era Vida de Cristo contada para os homens de nosso tempo. Queria fotografar, mas não deixaram. Ao lado do texto um desenho de um homem ajoelhado na frente de uma lápide, com duas motocicletas voando em rota de colisão com sua cabeça. O texto (transcrito sic):

te amo
te amo
te amo e estou desesperada
te amo e estou desesperada
te amo e
te amo e estou desesperada
te amo e quero estar com você
sonhei com você, com seu rosto, com seu cabelo
NÃO acredito que seja real
você é mais real por fora que por dentro


não vá de novo
sonhe também
que você tinha um gatinho branco
com o rabo listrado
e que era você
e que te poderia te levar para todos lados
e
não tem nada mais eu no mundo
do que você
E como faço sem te ver
Que linda a sua musica
Que lindo você é
Você é o mais especial que já vi na vida
choro e choro
por você e por mim
me dói a cabeça
se voltar a chorar eu morro
estou triste de amor
desesperada de amor
louca de amor


toda mi vida desperdiçada
vou pasar o tempo todo baixando musicas de Elliot Smith

27 de setembro de 2009

B.U.I.

Deixa pra lá.

Não vou falar de como me dei conta de que o ano de 2009 tá sendo péssimo. Culpa dos astros na casa 7 (ou casa 5 segundo a @hvezda).

Passei o dia mal, depois de ligações não atendidas e msn ignorado. Tava sem saber o que fazer, amiga inha sugeriu Little Darling e na hora eu lembrei do V8, solução dos meus problemas, 8 destilados juntos em um único drink.


Vai, Toni!


O negócio é, tipo, o Capitão Planeta dos drinks. Pena que a receita é secreta.



Chega na mesa assim. Traz mais um?

Só sei que não leva whisky, e muito menos Lebusky. [/piada interna]

Mais um clone do subxicano do Exquisito (que aliás é um bar muito bacana, recomendo muito, peça sua sobremesa com sorvete de canela):

O original (é com Sol - não a nacional, é aquela boa)





O clone
(Não conta pra ninguém que é com Antarctica senão vão achar que o bar é ruim)

A verdade é que o Little Darling salvou minha vida essa noite.

Acho que eu estava só precisando de um porre. Porque sei lá, um bar que toca no intervalo a mesma música que a banda acabou de tocar não pode ser tão legal assim. Mas sei lá.

E tocou Corazón Espinado, e algumas dos Titãs também.

Eu esperava mais.

Mas resolveu.

Ou não.

Bloguei pensando em Helter Skelter - The Beatles:

23 de setembro de 2009

Do número 23

O número 23, aliás os dias 23, pra ser mais específico, têm um significado todo especial aqui em casa. Geralmente, de mau agouro. Mais para a minha mãe do que para mim, mas enfim.

As duas melhores amigas da minha mãe fazem aniversário num dia 23. Uma em junho (aliás fazia, já morreu, câncer), a outra em setembro (aliás, hoje).

Minha mãe e meu pai se casaram em um dia 23 (fevereiro, 1980).

Meu pai morreu em um dia 23 (maio, 2000).

O dia 23 fica aparecendo nas coisas mais aleatórias. Parece um filme do Jim Carrey (aquele ruim). Tipo no carro da minha mãe, cuja placa era DIA 2354.

A última é: 23 de setembro de 2009, minha pastora alemã morreu.

Já há algum tempo ela não vivia comigo. Quando meu pai morreu e minha mãe quis mudar para um apartamento, tivemos que encontrar um lugar para ela. Os últimos 5 anos ela passou na casa de uma tia minha, em Piracicaba, que mora nesta vila que vocês podem ver na foto - minha última com ela.


Ela já estava doente há um tempo, coisa de cachorro de 13 anos de idade. Foi melhor pra ela, acho.

Postei ouvindo Candy.

Por que não?

Como vocês devem saber, ontem foi o Dia Mundial Sem Carro. Eu ouço falar deste dia há muito tempo, mas nunca tinha participado. Não porque eu tenha algum problema com o transporte público; o negócio é que o carro realmente tornava a minha vida muito mais fácil (o que é meio óbvio), especialmente porque com ele eu tenho um pouco mais de controle sobre o meu tempo de deslocamento.

Não que, morando em São Paulo, eu tenha total controle sobre isso. Mas pelo menos eu controlo a hora em que eu saio do trabalho e o caminho que eu faço, posso até pegar uma rota alternativa se estiver trânsito. E isso é importante, porque eu raramente consigo sair do trabalho às seis em ponto e preciso chegar na faculdade às sete.

Mas nesse semestre as coisas estão mais tranquilas. Não preciso ir para a aula todos os dias, porque é atendimento pro TCC, então meus deslocamentos são basicamente casa-trabalho-casa. Se eu preciso ir pra faculdade, não tenho que me preocupar em chegar cedo para não levar falta. Ontem eu teria reunião de grupo por lá, avisei que possivelmente chegaria um pouco mais tarde e pronto.

Devo dizer que fazia um bom tempo que eu não pegava um ônibus. A última vez foi em 11 de junho, no Rio de Janeiro, mas em São Paulo mesmo eu não me lembro. Metrô sim, de vez em quando pego pra ir pro Centro, 25 de Março, que é mais fácil ir de metrô que de carro. Mas ônibus mesmo, fazia tempo. Então pensei: por que não?

Naturalmente eu não sabia que ônibus pegar. Entrei no site da SPTrans e busquei um pra ir ao trabalho, e descobri que o Rio Pequeno passa a dois quarteirões da minha casa e me deixa a dois quarteirões do trabalho. Perfeito.

O caminho que ele faz é meio longo, dá uma boa volta: Vila Olímpia, Itaim, Faria Lima, Largo de Pinheiros... Fiquei preocupado com o tempo que levaria, mas foi menos do que eu esperava. Levei exatamente uma hora, enquanto de carro levo cerca de 25 minutos. Mas ainda cheguei no trabalho mais cedo do que costumo chegar quando vou de carro (porque sempre saio de casa atrasado). A viagem foi tranquila. Quando entrei o ônibus estava cheio e fiquei de pé, mas aos poucos foi esvaziando e pude me sentar. Quando começou a encher de novo, cheguei no meu ponto. Aproveitei pra ir escutando as aulas de História do Jazz que baixei da iTunes U.

Ao meio-dia apareceu o primeiro problema. Perto de onde trabalho não há muitas boas opções de almoço, então normalmente eu vou até o Shopping Eldorado. Mas sem carro não rola. Ninguém disponível pra dar carona, tive que almoçar por ali mesmo.

Na hora de ir embora, tentei sair às 18h mas claro que saí quase 18h30. Tinha olhado os ônibus possíveis, mas chegando ao ponto passou um com nome parecido, mas número diferente. Não sou tonto, olhei bem na plaquinha do itinerário e parecia uma opção viável. Então subi, estava bem vazio então fui sentado, ouvindo o podcast All Things Medieval. Primeira vez que eu o ouvia, achei bem interessante.

O ônibus começou a chegar perto do meu destino, mas notei que o caminho que ele fazia não era exatamente o que eu esperava. Me dei conta de que ele só entraria na rua onde eu queria descer bem longe do meu destino. Então desembarquei, e como ainda estava meio longe da faculdade e não queria deixar o grupo esperando muito tempo, tomei um táxi. A viagem curta custou 8 reais.

O problema seria, de lá, voltar para casa. Não tem ônibus direto de lá para o meu bairro, e se eu quisesse pegar um direto teria que andar um bocado. Maior preguiça, claro. E eu ainda tinha que passar na casa da minha tia, que era ali do lado, para resolver umas coisas com ela. Por sorte, minha mãe tinha que ir à casa da minha tia também e eu relutante aceitei a carona.

A moral da história é que eu percebi que é bem viável ir de ônibus pro trabalho, e muito menos trabalhoso do que eu pensava. Não é sempre que vou fazer isso, mas vou tentar pelo menos duas vezes por semana, que é quando eu não tenho nada para fazer depois do trabalho. Vou dizer: se tivesse ciclovia na Marginal, eu iria de bike. Admiro, mas acho meio suicidas os ciclistas costurando entre os carros.

Postei ouvindo Mood Indigo.

28 de agosto de 2009

Acho que hoje é um bom dia

Uma sucessão de coisas boas aconteceram hoje, e ainda são 10h. Não é que eu queira me gabar, foram coisas simples e tal, mas que me deixaram feliz e com uma esperança pra hoje e pro fim de semana.
1. Dormi bem, acordei tarde e um pouco atrasado, mas recebi um sms da minha chefe dizendo que ela ia atrasar também.
2. Fiz meu café da manhã e comi ouvindo o Reserva Eldorado, melhor seleção possível pra animar a manhã.
3. Tocou Bohemian Rhapsody, vim cantando no carro. É muito divertido cantar essa música. E sim, vergonhoso.
4. No caminho pro trabalho, dois carros bateram ao lado do meu. Veja bem, eles bateram um no outro, mas não em mim. Foi só um toquezinho, mas antes eles do que eu.
5. Peguei o Metro e logo que cheguei na agência a @cami_pires arrancou ele da minha mão pra ler o horóscopo. Nunca leio, mas decidi ler o meu, e olha só:
Sagitário
Você começa a sexta-feira com o pé direito com a boa influência da Lua e Júpiter. Faça seus planos para o fim de semana que vai iniciar, colocando uma boa dose de fé nas coisas boas que virão. Metas positivas atraem bons fluidos e só vai te favorecer.
Apesar do erro de concordância na última frase, fiquei animado com isso. Mas, desconfiado que sou, decidi ler o do meu ascendente só pra garantir.
Aquário
Você hoje recebe a boa influência de uma energia muito gregária, Lua e Júpiter que facilita o relacionamento e o entrosamento com todo tipo de pessoas sem dificuldade. Como tudo na vida é questão de saber aproveitar as situações, é importante abrir-se, sem medo.
Resta torcer para que o dia continue assim.
-- Edit: 11h40 - Ganhei ingressos numa promoção do MovieYou!
-- Edit: 15h39 - Esquece tudo que eu falei.
-- Edir: 10h06 do dia seguinte - Admito, não foi um dia bom como eu esperava e eu fiquei um pouco decepcionado com isso, mas também não há motivo pra pânico. Vamos ver como será o fim de semana.

25 de agosto de 2009

Toni's (in)finite filmlist - Parte 3

(Leia também a Parte 1 e a Parte 2)

Já sei. Vocês estavam pensando que a série sobre a minha lista de filmes não vistos era mais uma daquelas coisas que eu começo a fazer e não termino.

Enganei vocês.

Porque agora estou fazendo coaching e tenho metas pra minha vida, e cumpro elas. Aham.

Então, estes são os últimos filmes daquela lista que eu comecei a fazer em 2003 (certeza que não foi antes?) e.

#25 Segundas Intenções (Cruel Intentions, 1999. Dir. Roger Kumble): NÃO VISTO. Tentei ver este filme inúmeras vezes, a primeira delas em 2000, mas nunca consegui. Algo sempre me impedia, como a minha carona precisar ir embora, ou eu simplesmente perder o começo do filme porque dormi. E quando eu perco o começo do filme eu não quero ver o resto. Então nunca vi. Também não sinto falta, really. A única pessoa que eu conheço que acha esse filme bom é o @rogerpike, então...

#26 Aos Treze (Thirteen, 2003. Dir. Catherine Hardwicke): VISTO. Eu era fã da Evan Rachel Wood desde Once and Again. Aí ela fez esse filme sobre adolescentes desajustadas, uma versão mais light de Hell ou de 100 Escovadas Antes de Ir Para Cama. Ia ser legal vê-la como a adolescente não tão certinha de O&A (se bem que na última temporada ela degringolou, teve até um caso lésbico o.O). E foi legal mesmo, gostei do filme.

#27 Encantadora de Baleias (Whale Rider, 2002. Dir. Niki Caro): VISTO. Crianças overachievers sempre me fascinaram. Anna Paquin sou fã até hoje, aquela menina que aos 11 anos ganhou Oscar em O Piano (talvez o fato de eu ser fã dela tenha a ver com o fato de ser ela quem diz "let's deflower the kid" em Quase Famosos. Ou talvez sejam as duas coisas). A Keisha Castle-Hughes podia ter seguido o mesmo caminho, foi indicada ao Oscar por este filme e foi isso que me deixou curioso pra assistir. Mas sei lá, depois ela decidiu que brincar de Jamie-Lynn Spears era mais importante do que continuar sendo atriz. Cada um cada um, mas achei uma pena.

#28 O Declínio do Império American (Le Déclin de l'Empire Américain, 1986. Dir. Denys Arcand): VISTO. O incentivo pra ver esse filme veio da minha tia. Tinha acabado de sair a sequência, que é o filme #29, e ela não parava de falar nele. Então fui atrás. Claro que só tinha pra alugar na 2001. Gostei do filme, e gostei ainda mais porque me ajudou a treinar o francês que eu estava começando a aprender. O engraçado é que o filme é canadense, então o francês é de Quebec, mas eu entendi melhor do que o francês falado pelas canadenses que encontrei esses dias.

#29 Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares, 2003. Dir. Denys Arcand): NÃO VISTO. Pra vocês verem o grau de falta de comprometimento que tive com esta lista: assisti o primeiro filme da série só pra poder ver o segundo, mas não assisti o segundo. Enfim, ainda está pendente, quero ver faz tempo, um dia eu vejo, ou não, sei lá. Próximo, por favor.

#30 Cujo (1983. Dir. Lewis Teague): NÃO VISTO. Este entrou na lista só porque é um dos clássicos de terror, um dos clássicos de suspense trash, um dos clássicos dos filmes baseados em obras do Stephen King. Só por isso, mesmo. Juro. Um São Bernardo que contrai raiva e bota pra quebrar numa cidadezinha. Clássico.

#31 O Iluminado (The Shining, 1980. Dir. Stanley Kubrick): VISTO. Mas se tem algum que é clássico mesmo, entre os filmes baseados em obras do Stephen King, é este aqui. O Iluminado, marco na carreira do Kubrick, marco na carreira do Jack Nicholson. O Jack realmente dá medo neste filme, mesmo quando ele não está tentando. Aliás, o Jack Nicholson era um forte candidato a Heath Ledger, vai dizer. Ah, só pra constar, também demorei pra ver esse filme. Quase não dá tempo de contar que vi. Foi esse mês. Dia 9 de agosto. Eis a prova.

#32 A Insustentável Leveza do Ser (The Unbearable Lightness of Being, 1988. Dir. Philip Kaufman): NÃO VISTO. É um daqueles títulos clássicos de jogo de mímica, então *senti* que tinha que ver o tal do filme. Mas inventei que tinha que ler o livro antes de ver o filme. Comprei no Submarino, entregaram no dia seguinte e li em pouco tempo. Gostei, não mudou minha vida mas me fez pensar em muitas coisas, desenvolvi até uma teoria. Mas pergunta se eu vi o filme depois?

#33 Meia-noite no Jardim do Bem e do Mal (Midnight in the Garden of Good and Evil, 1997. Dir. Clint Eastwood): NÃO VISTO. Outro filme com título clássico dos jogos de mímica. Vai tentar explicar esse título só com gestos. Vai levar um tempão, a não ser que você já esteja jogando mímica extreme como eu e meus amigos (um dia escrevo sobre isso).

#34 Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2003. Dir. Clint Eastwood): VISTO. Existem 3 atores de Hollywood que eu não gosto. Não tem nenhum motivo específico, apenas não gosto, não vou com a cara, não acho bons. São eles: Sean Penn, Kevin Bacon e Tim Robbins. Então, por que de todos os filmes dessa lista, eu escolhi justamente este para assistir e não outro que me interessasse mais? Não sei. (Sei que por aí tem muita gente que gosta do Sean Penn, especialmente depois de I Am Sam e Milk. Então, me digam: ele só se sai bem em papéis afetados ou ele sabe fazer personagens normais também? E se vier me dizer "Ah, mas ele ganhou 2 Oscar, sabe onde vou sugerir que você armazene a estatueta, né?)

BTW, que título WTF.

#35 Ligações Perigosas (Dangerous Liaisons, 1988. Dir. Stephen Frears): NÃO VISTO. Dizem que o #25 é baseado neste. Não sei. Nem poderia saber, não vi nenhum dos dois. O que eu me lembro é que este era o nome de uma comunidade que criei no orkut pra um jogo que funcionava assim: pegue 2 atores e tente criar ligações entre eles, considerando outros atores com quem contracenaram. Por exemplo: Anna Paquin e Michelle Pfeiffer. Anna Paquin fez X-Men com Alan Cumming, que fez Aniversário de Casamento com Kevin Kline, que fez Sonho de Uma Noite de Verão com a Michelle Pfeiffer. Quanto menor o caminho, mais pontos. Se passar pelo filme Ligações Perigosas perde ponto, porque tem simplesmente muitos atores bons. E se passar pelo Kevin Bacon ganha ponto, porque todo mundo tá ligado a ele com no máximo 6 graus de separação, como vocês sabem.

#36 As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville, 2003. Dir. Sylvain Chomet): VISTO. Adoro animações (aliás mais ainda depois que tive aula disso na faculdade) e quando vi o trailer desta aqui achei a coisa mais linda. Perdeu o Oscar para Procurando Nemo, que é lindo, mas você já não está cansado de animações em computação gráfica? (Aliás, a Disney também, e o próximo vai ser desenhado à mão!)

#37 Trainspotting (1996. Dir. Danny Boyle): VISTO. Este é outro que eu vi há pouco tempo, embora não seja apenas uma questão de semanas como o #31. Aliás, se dependesse de mim acho que acabaria não vendo. Mas foi legal, lugar certo e hora certa. Vi na casa de um amigo em Aberdeen, Escócia, num domingo chuvoso depois de um dia bem cansativo. Tinha passado a semana anterior conhecendo Edimburgo, então foi bacana ver um lado da cidade que eu não conheci - aquele onde os turistas não vão, a não ser que estejam querendo comprar drogas.

Pronto, este é o fim da lista. Dá pra ver que fiz em 2003 - ao checar a lista do Oscar de 2004 vi vários filmes que citei aqui: Encontros e Desencontros, Sobre Meninos e Lobos, Cold Mountain, 21 Gramas, Encantadora de Baleias, Aos Treze, Invasões Bárbaras, Garota com Brinco de Pérola, As Bicicletas de Belleville e Big Fish.

19 de agosto de 2009

Educação musical

Eu sou uma criança da segunda metade da década de oitenta e cresci ouvindo Xuxa. Pronto, falei. Achei melhor começar logo dizendo isso pra tirar do meu sistema. Aliás, não só Xuxa, mas também Mara Maravilha, Angélica e outras apresentadoras/cantoras/etc. Uma geração anterior de crianças cresceu ouvindo Os Saltimbancos, do Chico Buarque. Uma geração seguinte tinha Palavra Cantada, Adriana Calcanhoto Partimpim. A minha foi uma geração perdida, que podia escolher entre as apresentadoras de TV e um ou outro grupo de crianças cantoras, como Trem da Alegria ou Balão Mágico.

O que eu quero dizer é que a minha educação musical teve grandes lacunas. Fui conhecer Beatles direito só na época da faculdade. O que se ouvia lá em casa era basicamente Roberto Carlos, por causa da minha mãe. Mas, embora eu tenha sido colocado pra fazer aula de piano quando criança, na verdade minha família nunca foi muito de música. Meu pai realmente não ligava, as únicas que ele realmente gostava eram Champagne e Saudade da Minha Terra. Na crise de meia idade ele começou a ouvir country. E hoje minha mãe chora quando ouve qualquer coisa, então né?

Nas viagens de carro – fazíamos muitas – era quase regra ouvir Carpenters. Disso eu gosto até hoje, porque é tão lindo quanto brega. Nat King Cole também tocava, mas com menos frequência.

Aí veio a escola, com a escola vieram as festinhas, e a dominação cultural e tudo mais, e o que se ouvia naquela época era música dance, então quando eu estava na quarta série comprei meu primeiro CD de música dance, que foi o Hit Parade. Um clássico.

1994 - Hit Parade - Front

Não lembra? Clica aqui que eu refresco sua memória. Só não encontrei duas faixas, What's Wrong With (Flavia Mollokay) e I'll Find A Way (Rachel Gold). -- Edit: Tiraram do ar o vídeo de Somebody Dance With Me (DJ Bobo). =/

Então a minha educação musical fui eu mesmo que fiz. Aliás ainda estou fazendo. Praticamente tudo que eu gosto hoje eu descobri sozinho, não teve ninguém que chegou pra mim e disse “filhão, isso aqui é Beatles, isso é Stones, isso é Radiohead, etc”. Foi sempre de ouvir no rádio, ou num filme, ou ler uma matéria, ouvir alguém comentar. E com isso ainda hoje tem muita coisa que eu conheço pouco. Enquanto tá todo mundo correndo atrás de bandas novas legais, eu tô correndo atrás das velhas.

O pior é pensar em todas as oportunidades que eu tive de ter contato com música boa quando estava crescendo e perdi.

Top 5 chances perdidas:

#1 Mais ou menos em 1992 ou 1993, o filho da comadre da minha mãe me deu um CD que tinha na capa um bebê nadando atrás de dinheiro. Agradeci com um sorriso amarelo; devo ter ouvido umas 3 vezes antes de doar pro Roger, em 1999 ou 2000, como se fosse um casaco velho na campanha do agasalho.

#2 Em 1994 fui ao aniversário de um colega meu da escola, num sítio em Itu. Não sei exatamente o porquê, já que eu não gostava nem um pouco dele. Mas enfim. Acho que eu pensei que ia mais gente, mas aparentemente eu não era o único que não gostava dele. Mas o verdadeiro problema era o melhor amigo dele, que era tipo meu nêmesis na escola. E ele ficou contando de uma banda que o irmão dele gostava, cujo vocalista tinha alucinações com índios e tinha morrido de overdose na banheira em Paris. Óbvio que não dei muita bola, o que minha mãe iria pensar se me visse ouvindo música desse cara?

#3 Uma vez meu avô me deu um livro com a biografia de Franz Schubert, e era uma versão infantil, cujo foco era principalmente a infância e a adolescência do compositor. Era legal, mas não me fez ouvir nada dele. Fui lembrar disso quando ouvi pela primeira vez a Fantasia para Violino e Piano em dó maior D.934.

#4 Quando em 2001 peguei emprestada a discografia do Iron Maiden com um amigo meu, pra ver se gostava daquilo, e desisti por me deixar com dor de cabeça. Pelo menos ele me apresentou pra Sonata Arctica também, que ainda ouço de vez em quando.

#5 Provavelmente o maior #fail de todos, as inúmeras discussões que tive com o Roger em que eu insistia que Pato Fu era mais legal que Oasis.

14 de agosto de 2009

Vozes

Coisa mais louca.

Cheguei ao trabalho agora, antes de todo mundo, e comecei a ouvir uma voz linda cantando. Não consegui identificar a música, mas sabia que entrava pela janela do meu lado direito, então fui procurar a origem. Eu tinha certeza que vinha daquela janela, mas quanto mais perto dela eu chegava, mais distante ficava a voz.

Abri a janela e coloquei a cabeça pra fora, na medida do possível porque é uma janela basculante. A voz, muito baixa, parecia sumir e voltar, não sei se por causa da direção do vento ou porque vozes estranhas são assim. Talvez fosse porque estava só na minha cabeça.

Essa história me lembrou um curta da faculdade. É tosco, mas é esse aqui. Não chega a ser NSFW, embora eu tenha uma certa vergonha dele.


Mas a música era meio sedutora, meio sereiana, meio feiticeira. Me lembrou esta aqui.

6 de agosto de 2009

Função fática

"Oi, tudo bem?"

"Mais ou menos. O trabalho tá foda, um monte de coisa rolando, não pára de aparecer mais trabalho e embora sejam coisas bacanas, é pesado. As coisas estão acumulando e eu tô vendo a hora em que vai tudo estourar na minha cara, o que deve acontecer mais cedo ou mais tarde. Tenho ficado até tarde todo dia e ainda assim não vence, tem uma pilha de documentos na minha mesa que parece que não acaba nunca.

5 de agosto de 2009

Toni's (in)finite filmlist - Parte 2

Dando continuidade à lista de filmes que eu planejava ver e, na maioria, não consegui, desta vez vocês verão que o caso é muito mais grave do que vocês pensavam. Esta lista é muito mais fail que a anterior. Vamos a ela.

(Para ver a primeira parte desta lista, clique aqui)

27 de julho de 2009

Meu reino por um punhado de catnip

Eu planejava nem ligar o computador hoje à noite, mas depois do que aconteceu não teve jeito.

Cena patética do ANO.

Estava no meu quarto, recostado na cama, contando pra minha mãe como foi meu dia de hoje (#GDIM). Eis que minha gata, vamos chamá-la por um nome carinhoso como Mrs. Norris (e isso não é uma referência a Harry Potter, mas ao Chuck Norris), deita-se fofa e confortavelmente sobre minha barriga. Digo fofa referindo-me à barriga, não à gata. Mas que ela estava uma gracinha, estava.

É importante dizer que ela estava um amorzinho, porque quem a conhece sabe que isso é incomum. Ela é uma gata traiçoeira, daquelas que gostam de ficar embaixo da cama com as patinhas pra fora tentando cortar seu tendão de aquiles com as unhas, ou que te lambem só pra amaciar antes de morder.

Então, vê-la assim num raro momento de fofura é um alento.

26 de julho de 2009

Toni's (in)finite filmlist - Parte 1

Em 2003 eu fiz uma lista de filmes que eu queria ver em DVD. É uma tira de papel de 297 x 71mm com títulos manuscritos na frente e no verso (ok, no verso só tem um). A maioria destes filmes eu nunca tinha visto; uma minoria eu queria apenas rever porque não me lembrava muito ou porque fazia sentido rever, considerando outros filmes que estavam na lista.

Esta lista é um ótimo exemplo de como eu não termino certas coisas que começo. A idéia era que fosse uma lista infinita, em que eu riscasse um item e logo acrescentasse outro filme que eu queria ver. O que aconteceu foi o seguinte: ela ficou no meu quarto pregada em meu quadro magnético pelos últimos 6 anos e eu não vi a maioria dos filmes. Tornou-se parte da paisagem e parei de dar atenção a ela, quando o objetivo era que ela fosse algo incômodo, como uma tarefa pendente que precisava ser resolvida com urgência.

Terei que dividir a lista em 3, senão não termino jamais de escrever este post. Vamos a ela.

14 de julho de 2009

O SAC dos meus sonhos

Levante a mão quem já teve problemas com centrais de atendimento.

o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ \o o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/ o/

(encontre o destro)

Ando sonhador (#mimimi) estes dias, pensando em como o mundo poderia ser melhor. Cheguei à conclusão de que mudar os SACs é essencial para isso. Então, o SAC dos meus sonhos seria assim:

9 de julho de 2009

Tô pensando nisso há dias, tinha que escrever, desculpe

Sempre te idealizei, mas acho que nunca tanto quanto agora.

Agora que não és mais ideia, a ideia de te ter tornou-se mais obrigatória.

Presença constante e latente em minha mente.

29/06/09

7 de julho de 2009

Sobre a memória

E se a cada coisa que a gente aprendesse ou memorizasse, a gente tivesse que esquecer uma coisa antiga? Faria sentido, afinal embora nosso cérebro não não pare de crescer, tenho certeza que eu vejo e aprendo mais coisas do que cabem na minha cabeça.

Mas e se a gente for esquecendo as coisas numa ordem cronológica?

9 de abril de 2009

Páscoa



Capturado, upload feito originalmente por Toni Barros.

Boa Páscoa pra vocês.

Sei que o blog anda meio abandonado, mas estou com uns projetos e idéias e em breve (ou não) terei novidades.

Abs

23 de março de 2009

Radiohead de 0 a 10

(Talvez eu devesse intitular este post de "Just a Fest de 0 a 10", porque é injusto com as outras bandas que tocaram, mas quando eu comprei o meu ingresso as outras bandas ainda nem estavam confirmadas, então vai assim mesmo)

Fui ao show do Radiohead ontem no festival Just a Fest, em São Paulo. Na verdade, não sei se dá pra chamar de festival. Foi bem modesto, pra um festival. Não costumo ir a shows assim (meu último festival foi o Coca-Cola Vibezone, em 2003), mas pelo que me lembro um festival tem muito mais atrações, não só três bandas. A música foi ótima, não vou ficar de mimimi aqui falando sobre as canções que eu queria ouvir e que não foram tocadas (mesmo porque tocaram até You and Whose Army e eu fiquei feliz). A seguir, analiso os 11 pontos que mais me chamaram a atenção.

13 de março de 2009

Sobre o pessimismo

Não sei se é por fazer cinema e estar sempre pensando em como melhorar, em termos de conflito, as histórias do mundo, ou se é porque sou pessimista por natureza. O fato é que toda vez que alguma coisa me deixa preocupado, começo a pensar que o resultado vai ser desastroso e isso só retroalimenta a minha preocupação.

Hoje aconteceu algo assim.

12 de março de 2009

Melhor ler só os quadrinhos

Ontem tomei a decisão de não ler notícias ruins. Ouvi falar, é claro, do Columbine da Alemanha e do tiroteio no Alabama. Não dá pra ficar alheio às grandes notícias quando se tem Twitter e quando se trabalha em uma agência de comunicação onde as pessoas monitoram notícias o tempo todo. Mas ontem decidi: Hoje vou ter um bom dia. Não vou ler notícias ruins. Se a manchete for ruim, pulo pra próxima. Se tudo falhar, vou olhar o I Can Has Cheezburger?.

Hoje, pra fazer um balanço desta determinação, peguei o Destak (diário de distribuição gratuita em SP) e classifiquei as notícias, uma a uma. No caso de algumas a classificação é difícil, e talvez eu tenha sido maniqueísta demais. A discussão está aberta.

9 de março de 2009

Se Jack Bauer caísse na ilha de Lost - Ep.02

Previously, on Jack Bauer's Lost...

Jack caiu na ilha de Lost seguindo os passos de um "terrorista internacional" chamado Sayid Jarrah. Após vasculhar a ilha, ele encontra a vila da Dharma e é capturado por Ben Linus.

Disclaimer: pode conter informações sobre os episódios mais recentes de 24 e Lost. Spoilers de episódios futuros, não.

Me perguntaram porque escrevo os diálogos em inglês. É porque à medida que escrevo, eu ouço as vozes dos personagens na minha cabeça. E eles falam inglês.

6 de março de 2009

Top 5 empregos que eu teria por um dia

Independentemente de se estar satisfeito ou de saco cheio insatisfeito com o seu emprego, acho que todo mundo pensa vez ou outra como seria legal ter um trabalho diferente. Pode nem ser um trabalho pela vida inteira; pode ser um daqueles trabalhos só de brincadeira, que você sabe que não servem para você mas que queria experimentar mesmo assim, só por diversão.

Fiz uma lista com 5 empregos que eu gostaria de experimentar por um dia. Só pra ver como é.

5 de março de 2009

Só um post rapidinho

Sabe o que me irrita? Quando alguém me diz "é rapidinho".Poucas coisas me irritam mais do que alguém fazendo alguma coisa que sabe que não deveria fazer, dando a desculpa de que é "rapidinho".


Primeiro, porque isso é a mentira mais frequente da malandragem cotidiana. Segundo, porque não importa o quão rápido seja, é errado!


Você já deve ter passado por uma situação assim.


4 de março de 2009

I'm as mad as hell, and I'm not going to take this anymore!

A frase é do filme Rede de Intrigas (Network, de 1976), mas continua muito atual.

Howard Beale é um âncora de telejornal cuja emissora, em busca de audiência, decidiu deixar o jornalismo nas mãos do departamento de entretenimento. Quando ele é demitido, ele anuncia ao vivo a sua intenção de se suicidar e faz um discurso que leva a população americana às janelas gritando indignadas.







Traduzo abaixo o discurso e deixo os comentários para vocês.

Os franceses têm nome para um calor assim

No final de junho de 2006, quando cheguei a Bordeaux para fazer um curso de francês de 4 semanas, percebi que meti os pés pelas mãos quando comprei um casaco.

Ainda bem que não foi um casaco caro.

Obviamente eu sabia o que era verão no hemisfério norte, mas como a cidade fica no paralelo 44 (bem mais longe do equador do que o paralelo 23, onde está São Paulo), pensei que o verão fosse agradável e que à noite até precisasse, de vez em quando, de um casaco.

O que eu não sabia é que, no verão, eles têm uma tal de canicule.

3 de março de 2009

Se Jack Bauer caísse na ilha de Lost - Ep.01

Vocês já devem ter visto aquela lista de Jack Bauer Facts, inspirada na de Chuck Norris. Um dos ítens diz que, se Jack Bauer caísse na ilha de Lost, ele sairia de lá em 24 horas.

Sairia?

Vamos ver o que poderia acontecer.

(Cuidado, pode conter informações sobre os episódios mais recentes de 24 e Lost. Spoilers de episódios futuros, não.)

2 de março de 2009

Geladeira Oráculo... Geladeira Oráculo???

Sabe aqueles dias em que você está em casa, assim sem fazer nada, pensando na vida, vai até a cozinha e abre a geladeira? Você fica olhando, olhando... Mas você não está atrás de comida. Você não está atrás de Coca-Cola. Você não está atrás de pilhas.

Você está atrás de respostas.