9 de dezembro de 2010

E se...?

Please don't confront me with my failures
I have not forgotten them
-- Jackson Browne

Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better.
-- Samuel Beckett

Há um mês decidi comprar uma bicicleta. Não tive que escolher entre casar ou fazer esta aquisição, se é isso que você está pensando. Simplesmente comprei uma bicicleta para tornar mais agradáveis e saudáveis os meus deslocamentos mais curtos. Foi uma decisão fácil, ou, como dizem lá fora, um no-brainer.

Nunca falei muito por aqui sobre minha vida profissional (só de brincadeira neste post), porque sempre estive pelo menos moderadamente satisfeito com ela e os meus dramas eram outros. Agora, no entanto, a situação se inverteu.

Há decisões fáceis de se tomar, como comprar uma bicicleta, mas nas decisões importantes sempre me dá uma certa insegurança, principalmente quando eu analiso meu passado e vejo a quantidade de escolhas das quais eu me arrependo, especialmente no âmbito profissional.

Tive a oportunidade de fazer duas faculdades, e nenhuma das duas me deu bases para o que eu pretendo fazer agora, que é abrir meu próprio negócio. Pareciam uma boa idéia na época, claro, porque eu não tinha a menor ideia do que eu queria fazer da minha vida. Para mim o ideal era ter um bom emprego numa boa empresa, porque é essa a tradição na minha família - ou são empregados ou são profissionais liberais. Não cresci pensando em empreendedorismo, convivendo com empreendedores. Mas após trabalhar alguns anos para os outros, percebi que não era isso que eu queria.

Por outro lado, será que se eu tivesse feito um curso, digamos, útil para este momento, eu teria seguido em frente com ele? Será que eu estaria com os mesmos planos que tenho hoje? E se eu tivesse cursado Administração? E Hotelaria? E Gastronomia?

"E se...?", "e se...?", "e se...?". A vida é cheia disso. E se eu gostasse da minha área? E se eu tivesse largado a carreira de RP pra investir na de Cinema? E se meus professores de Administração não tivessem sido os mais picaretas de todo o curso? Nem todo "E se...?" expressa um arrependimento, e nem sempre é um desejo de que as coisas tivessem acontecido de forma diferente. São apenas reflexões sobre o passado, mas de que forma podem ajudar a resolver os problemas do presente e do futuro?