30 de abril de 2010

Dia 1 - O melhor filme que vi no último ano - Bastardos Inglórios

Se eu aprendi alguma coisa na faculdade, é que o cinema tem regras. Para fazer um bom filme, o cineasta precisa conhecer estas regras. Para fazer um PUTA filme, o cineasta tem que conhecer estas regras tão bem a ponto de ousar quebrá-las.

E ninguém faz isso como o Tarantino.


Uma das regras que eu me lembro das aulas de roteiro é: quando estiver escrevendo uma cena, chegue tarde e saia cedo. Isso quer dizer que você não precisa mostrar tudo o que acontece, desde o começo da cena até o final. Mostre o meio, e o resto fica subentendido. Na montagem, isso vai fazer com que o filme tenha ritmo, não se perca nos detalhes desnecessários e não teste a paciência do espectador (nem o bolso do produtor). O que o Tarantino faz aqui é justamente o contrário: ele pega a cena desde o começo, desde que o personagem principal chega na cena, e fica até o final. E ele segura a cena por até 8 minutos, só pelo diálogo, com um suspense crescente que, quando chega ao ápice, ainda demora a se resolver - e, quando finalmente acontece, todos os espectadores já estão sentados na beirada da poltrona ou do sofá.

Além de um roteiro de primeira - com o fim que todo mundo sempre quis ver - e uma direção incontestável,  o filme ainda teve uma fotografia impecável. A cena do rosto da Shosanna projetado na fumaça vai entrar para a história.

Como se não bastasse, Bastardos Inglórios ainda dá algumas aulas de cinema: fala de cinema alemão da primeira metade do século XX, do uso de cinema como ferramenta de propaganda, e aborda alguns aspectos técnicos (características da película, montagem e projeção).

Se me perguntarem, achei realmente injusto não ter ganho os principais prêmios do Oscar este ano. Nenhuma surpresa nisso, mas merecia.

3 comentários:

  1. Muito bom filem, como li em algum lugar deveria ganhar Oscar na categoria Tarantino, nem deveria concorrer com os demais.

    E tenho vários bons motivo pra gostar desse filme.

    []'s

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  2. Sabe que eu saí do cinema estupefata, né?
    E, olha... não entendo nada de "teoria" de cinema, mas termnei o filme com uma sensação de putamerdacomoéqueessehomemfezisso?!
    Agora eu já sei!

    ;)

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